►Carros. Não sou muito de retrospectiva, mas, há certas situações embora, tratando-se de um final que não gostaríamos de relembrar. Porém, quando o fato é de relevância inesquecível e, que deixa uma comunidade entristecida chega o momento e vem à nossa lembrança uma iniciativa das mais importantes para Rio Claro. Importante também, já que, faria uma comunidade mais progressiva, com arrecadação de impostos superável e as autoridades administrativas desejam com boas perspectivas de aumento na arrecadação de impostos e mais empregos: é o que mais deseja também, a comunidade. Perdemos uma fábrica de carros elétricos.
►Gurgel. Evidentemente que situações indesejáveis vem a nossa lembrança e se não gostaríamos de relembrar, mas, faz parte de um trabalho no sentido de dar conhecimento para muitas pessoas que vieram depois do ocorrido. Perdemos a fábrica de carros elétricos Gurgel, e que esteve a frente, uma pessoa inteligente e culta, desejosa de aplicar sua inteligência numa iniciativa, em ato continuo a sua formatura na Universidade e que vamos aos detalhes a seguir. Tive a oportunidade de acompanhar o seu trabalho e entrevista-lo no Rádio e na TV Rio Claro hoje TV Claret. Tornamo-nos amigos pela satisfação que tive em conhecer o seu memorável projeto e leva-lo ao conhecimento de todos.
►Começo. A notícia do Estadão de 15 de junho de 2020, agitou o mundo com o título: Gurgel erguia Fábrica de Elétricos há 40 anos, nos traz a memória de uma doas mais importantes fábrica de Carros Elétricos há 40 anos em Rio Claro-SP. Junho de 1980, quando muito pouco ou nada se falava sobre carro elétrico o mundo, o empresário João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, construiu uma fábrica cuja finalidade era montar veículos movidos a eletricidade em Rio Claro, interior de São Paulo. Projeto de um veículo do gênero a quatro décadas foi apenas uma das ideias extravagantes do engenheiro mecânico eletricista, que mostrava inconformismo desde cedo.
►Lenda. Diz a lenda que aos 23 anos quando estudava engenharia na Escola Politécnica de São Paulo, em vez do projeto de um guindaste, pedido pelo professor, Gurgel apresentou um pequeno veículo.
►De certo modo o mestre tinha razão. E, a partir de 1969, compradores de automóveis passaram a contar com mais uma opção. Nascia a Gurgel Motores. Para fabricar carros, não guindastes. A ideia era fazer um automóvel 100% nacional. Em oposição as multinacionais, ao longo de sua trajetória o engenheiro dizia que sua empresa era “muito nacional”. O primeiro carro foi uma espécie de bugue com mecânica Volkswagen, batizado de Ipanema. Ao fazer um veículo de estrada, Gurgel evitava o confronto direto com as marcas já estabelecidas no país.
►Complicou. Mas as coisas começaram a complicar para a empresa, quando o então presidente Fernando Collor de Melo isentou o IPI de todos os carros com motor abaixo de 1.000 cm3. Com isso logo surgiram opções maiores e mais confortáveis e potentes que o carro BR-800 caso de outros carros. Como esse golpe não fosse suficiente, outro duro baque na Gurgel foi a abertura das importações, como o jipe Russo Lada Niva, desembarcaram por aqui, com custo mais barato, em 1992 a Gurgel chegou a lançar o Supermini, mas no ano seguinte a Gurgel pediu concordata. Em 1994 foi decretada a falência da Empresa. O empresário faleceu em 2009. Rio Claro que teria a oportunidade de aumentar arrecadação de impostos e preservar empregos, infelizmente ficamos sem essa. Lamentável!