A Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) emitiu nota em que alerta que o corte de recursos de 12% dos Programas Pró-Santas Casas e Santas Casas SUStentáveis, destinados ao custeio das Santas Casas e hospitais filantrópicos do Estado, prejudicará o atendimento à população.
Segundo a Federação, a resolução publicada na quarta-feira (6), no Diário Oficial, afeta diretamente recursos essenciais para os hospitais, que são responsáveis por mais de 50% do atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), especialmente no interior do estado, onde os equipamentos de saúde são referência para a alta complexidade e tratamento da Covid-19.
Para o provedor da Santa Casa de Rio Claro, Danusio Antonio Diniz, todos os hospitais sofrerão forte impacto com reflexo no atendimento à população. “Concordo com a posição de repudio da FEHOSP, pois teremos em nossa entidade uma redução significativa no número de procedimentos eletivos para o Sistema Único de Saúde – SUS”, disse.
NOTA
Na nota, a Fehosp ainda declara: “Em meio à maior crise de saúde mundial, as 180 entidades que realizam a maior parte do atendimento no Estado terão corte de R$ 80 milhões no ano. O setor que destina mais de 47 mil leitos de enfermaria, mais de 7 mil leitos de UTI ao SUS, representa mais de 50% das internações e mais de 70% dos atendimentos em alta complexidade, como oncologia, cardiologia e transplantes, está indignado com a resolução do governo estadual.
Em mais de 200 municípios do Estado, a Santa Casa ou o hospital filantrópico é o único equipamento de saúde para atendimento à população. No atendimento aos pacientes com Covid-19 não é diferente. Em algumas regiões do Estado, como Araçatuba, Barretos, Franca e Presidente Prudente, os atendimentos são 100% filantrópicos e nas demais regiões do Estado, exceto Capital, em média 60% dos atendimentos Covid são em hospitais com esse perfil.
A redução dos recursos de custeio impactará em todos os atendimentos dessas unidades. Os programas estaduais já sofriam com defasagem dos valores e cortes anteriores, mas não irão suportar o mesmo volume e qualidade de atendimento com esse corte em plena pandemia. Temos esperança de que o Governador impedirá qualquer tipo de redução dos recursos comprometidos para o setor filantrópico da saúde. Caso não encontre uma forma de remediar essa injustiça e se a legítima expectativa do setor que representa aproximadamente 60% dos atendimentos SUS não comover seu coração, a população só terá como alternativa buscar atendimento nos hospitais públicos estaduais.”
Por Vivian Guilherme / Foto: Divulgação