O surgimento do Santuário de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção ocorreu no ano de 1856, quando um grupo de personalidades aqui radicadas ficou responsável pela construção de sua Capela:
Antônio Gonçalves de Amorim, (português, comerciante, Procurador do Patrimônio de São João desde 1851); o Padre Manoel Rosa de Carvalho e a Irmã Isabel Maria de Jesus (dez anos antes, Amorim, por motivos ainda ignorados, teve malograda sua proposta para a construção de uma Capela em honra de Nossa Senhora do Rosário).
O estatuto da Irmandade foi aprovado em 1858 por D. Nery, Bispo Diocesano. Iniciada a construção, de estilo colonial, com o altar-mor dedicado à Nossa Senhora da Boa Morte (a primeira etapa das obras concluída em sete anos), a Capela foi sagrada em 14 de agosto de 1865.
Consta que, durante os nove anos de construção da “Matriz Nova”, iniciada em 1867, os ofícios religiosos foram transferidos para a Igreja da Boa Morte, passando a funcionar, como Matriz.
No final do século XIX, aquela irmandade foi extinta, talvez, pelo falecimento de Amorim. Em 1919, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção foi restaurada por Eduardo de Amorim Rodrigues (neto do fundador da Capela). A entidade permaneceu em atividades até o ano de 1967.
A torre, incorporada à Capela (cujo projeto permitia, desaparecido na década de 30), foi inaugurada em agosto de 1936, com a cerimônia da benção presidida pelo Monsenhor Francisco Botti. O altar-mor guarda as relíquias mortais dos santos mártires Timóteo e Amélia.
Com a chegada a Rio Claro do Padre Antônio Martins da Silva, em 1938 (que introduziu a pastoral social, auxiliar da Paróquia de São João Batista, assumindo-a com a morte do Mons. Botti), a Igreja começou a ser ampliada.
Anexados foram os prédios do dispensário, lactário, creche, escola, salão de eventos, moradia das religiosas e das dependências de serviços (hoje, em reforma a extensa ala direita). Há de se destacar as brilhantes obras realizadas pelo saudoso senhor Pascoal Brochini para a conservação da Capela (considerado o novo “Amorim”).
Em agosto de 1988, durante as comemorações do Ano Mariano, foi inaugurado no períbolo da Igreja o monumento em homenagem à Maria.
Em 1990, o Mons. Jamil Nassif Abib iniciou grande movimento de revitalização do conjunto arquitetônico da Igreja da Boa Morte.
A Igreja, em 2001, elevada a Santuário Diocesano pelo Bispo D. Eduardo Koaik, teve sua primitiva imagem de Nossa Senhora da Assumpção reentronizada (restaurada, o delineamento do rosto foi alterado).
A partir de 2006, o empreendedor Padre Ronaldo Francisco Aguarelli finalizou a total revitalização do edifício.
Recentemente, à frente do Santuário Diocesano, os carismáticos Padres Antonio Portilho e Ronaldo César Demarchi, que assumiram a Paróquia de São João Batista.
Com a construção da Capela da Boa Morte (fora do traçado urbano, compreendido da Rua 1 à Rua 8, aproximadamente), sobressaiu da paisagem urbana uma árvore nativa – a Figueira –, que remete à fundação de Rio Claro.
Lamentavelmente, a Figueira da Praça da Boa Morte, relevante patrimônio histórico, cultural e de alto valor ambiental, foi sumariamente cortada em 10 de outubro de 2005.
Colaboração: Anselmo Ap. Selingardi Jr. – Perito Judicial em Arqueologia e Documentação Histórica / Inscrição: N. 1417-SP