Anvisa: técnicos inspecionam fábrica da AstraZeneca na China
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária iniciou na segunda-feira (7) a inspeção na fábrica da AstraZeneca, fabricante da vacina de Oxford, na cidade de Wuxi, na China, a 130 quilômetros de Xangai. O imunizante passa por testes no Brasil. Na semana passada, os técnicos da Anvisa já haviam feito o mesmo tipo de inspeção na fábrica da Sinovac, fabricante da Coronavac, imunizante que está em fase de testes no Brasil, em parceria com o Instituto Butantan.
No primeiro dia de inspeção da vacina Oxford-AstraZeneca, a equipe da Anvisa verificou os pontos do Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica da empresa, como o Gerenciamento de Risco, Gerenciamento de Documentos e Plano Mestre de Validação. Além disso, segundo informou a agência, foram verificados os requisitos técnicos dos Bancos Sementes e Celulares (partículas virais e células hospedeiras utilizadas na fabricação da vacina) e os locais de armazenamento dos produtos intermediários e do insumo ativo biológico exportado ao Brasil.
Ministro diz que vai adquirir todas as vacinas seguras contra a covid
“Todas as vacinas que tiverem sua eficácia e registros da maneira correta na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], se houver necessidade, vão ser adquiridas. O presidente Jair Bolsonaro já deixou isso de forma clara”. A declaração foi feita pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em uma reunião, nessa terça-feira (8), com os governadores de 15 estados para discutir a compra de vacinas contra a covid-19, no Palácio do Planalto.
Ao grupo que participou do encontro – parte presencialmente e parte por videoconferência -, Pazuello lembrou os acordos já feitos pelo governo federal com o laboratório AstraZeneca para a compra de 260 milhões de doses e insumos para fabricação, e a entrada no consórcio Covax Facility, para compra de 42 milhões de doses de vacinas. “O SUS já tem capacidade [para compra] de 300 milhões de doses para 2021”, disse.
Os governadores criticaram o anúncio feito pelo colega de São Paulo, João Doria, que começaria a imunizar os paulistanos a partir do dia 25 de janeiro com a CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Doria se comprometeu a iniciar a vacinação antes da aprovação do imunizante pela Anvisa e causou mal-estar entre os colegas, que cobraram do ministro da Saúde que nenhum estado saia na frente na imunização da população.
Enquanto o registro não sai, o ministro disse aos governadores que o Ministério da Saúde já elaborou a logística de distribuição nacional das vacinas, que será apresentada em breve. “É muito importante que se sigam todos os passos. Quando falamos de saúde, não podemos abrir mão de eficácia, segurança e responsabilidade. Quando nós colocarmos uma vacina, seremos nós os responsáveis”, disse o ministro aos governadores.
Na reunião, também foram destacadas as tratativas do Ministério da Saúde com o laboratório Pfizer e com o Instituto Butantan, além dos prazos para o início da campanha de vacinação no Brasil conduzida pelo PNI, que será dividida em quatro fases. Pazuello destacou que 15 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca – das 100 milhões acordadas – já começam a chegar em janeiro de 2021. “Nós vamos vacinar todo mundo na maior velocidade possível”, garantiu o ministro da Saúde.
Bolsonaro: governo vai ofertar vacina gratuita e não obrigatória
O presidente Jair Bolsonaro disse na segunda-feira (7) que o governo federal vai oferecer vacina contra a covid-19 para toda a população de forma gratuita e não obrigatória. “Havendo certificação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] (orientações científicas e preceitos legais), o governo ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória”, escreveu em sua conta no Twitter.
Bolsonaro, que se reuniu mais cedo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou ainda que os recursos para a aquisição dos imunizantes estão garantidos. “Não faltarão recursos para que todos sejam atendidos”.
Covid-19: Reino Unido inicia hoje plano de vacinação
O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, diz que se trata de um “momento histórico”, referindo-se à data como o “Dia V” [uma referência ao Dia da Vitória da II Guerra Mundial].
País europeu mais afetado pela pandemia (com mais de 61 mil mortos e mais de 1,7 milhão de casos de infeção), o Reino Unido é o primeiro país no mundo a autorizar a utilização da vacina anticovid-19 desenvolvida pelo grupo farmacêutico norte-americano Pfizer e pela empresa alemã BioNTech, e será o primeiro país ocidental a iniciar a sua campanha de vacinação.
Numa primeira fase, estarão disponíveis 800 mil doses no país. Apesar da rapidez com que a agência reguladora britânica aprovou a vacina Pfizer/BioNTech, a diretora executiva do organismo, June Raine, reiterou que “os mais elevados padrões” internacionais foram aplicados.
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