Chororô incoerente…
Falar das incoerências de políticos é chover no molhado. Mas tem algumas coisas que não posso deixar passar despercebida. Como por exemplo, as palavras do prefeito em um release sobre reforma de pontes. Primeiro ele diz, pela milésima vez nesses dois anos, que recebeu uma dívida de R$ 380 milhões. Pois bem! Ele teve que pagar esses R$ 380 milhões nesses dois anos? Não. Essa conta deverá ser paga em 20, 30 anos. Nesses quase dois anos, em quanto essa conta foi diminuída? Isso não é explicado. Logo em seguida, ele diz que duas pontes a serem reformadas terão um custo de R$ 7 milhões. Ou seja, a dívida de Rio Claro para ser paga em 20, 30 anos é de aproximadamente 55 vezes a reconstrução de duas pontes. Para uma cidade de mais de 180 anos, com um orçamento anual que está já beirando o R$ 1 bilhão, será que essa dívida é tão fora do normal assim? Ou será simples chororô?
Conselho…
Dizem que se conselho fosse bom, não seria dado, mas sim vendido. Mas, como eu ando muito pela rua, converso com muita gente de todas as classes sociais e intelectuais, preciso avisar o meu amigo Juninho da Padaria: pare de jogar a culpa na administração anterior, pois isso acontece em todas as administrações e disso a população já está escaldada. Ninguém mais cai nesse conto que é contado a cada quatro anos. Governe, faça seu melhor e deixe o povo escolher. Certa vez, encontrei com um ex-prefeito na Unimed e, conversando, ele me perguntou: “por que você acha que eu perdi a eleição (seria reeleição)? Eu respondi: faltou confiança! Ao que ele retrucou: minha? Eu respondi: não, da população. E o Juninho está enveredando pelo mesmo caminho! É só conversar com o povo…
Mudou muito…
Quando se diz que o perfil do eleitor mudou muito, não está se jogando conversa fora. O candidato à presidência, Geraldo Alckmin, nas pesquisas eleitorais sobre intenção de voto figura em terceiro ou quarto lugar. Quando se fala na percepção do eleitor para o segundo turno, eles indicam que Geraldo Alckmin disputará com Jair Bolsonaro. Pois é! Isso mostra uma visão diferente do eleitorado que começa a ver a política diferente do que via em eleições passadas. Sabe que a propaganda política começa em breve e que com o tempo que Alckmin terá, poderá virar esse jogo. Será que acerta?
Dar o peixe, ensinar a pescar ou proteger o peixe?
Quem vê a angustiante realidade do poder no Brasil, logo percebe que também essa polêmica está mal resolvida entre nós. Aqui não se dá o peixe como se deveria (por um período, aos necessitados), nem se ensina a pescá-lo (nossa educação pública é ridícula e ultrapassada).
Nossa triste situação é outra: aqu, o peixe (a riqueza nacional) é roubado por uma casta de ladrões vorazes que canalizam a quase totalidade da fortuna do país para seus bolsos (com o detalhe de que grande parte dela é arrebanhada de forma bandida, corrupta e ilícita). (Luiz Flávio Gomes, jurista, criador do movimento Quero Um Brasil Ético).
Vamos proteger o peixe. Com o voto…
Por Eduardo Socrates