Depois do GP do Bahrein (em Sakhir), acontece neste domingo o GP de Sakhir (no Bahrein). Sim, repetição de local, mas com traçado diferente, já que a Fórmula 1 utilizará o circuito no formato anel externo, que possui um pouco mais de 3500 metros de extensão, 11 curvas e será disputado com 87 voltas. São boas retas e apenas 3 freadas fortes.
E uma coisa é certa: o GP de Sakhir será único. Já seria uma prova especial pelo traçado, muito incomum para a F1: para completar os 300 km de corrida, serão necessárias 30 voltas a mais do que na prova do último domingo.
Como se tudo isso não bastasse, uma série de acontecimentos fez com que a corrida tivesse duas estreias: o brasileiro Pietro Fittipaldi no lugar de Romain Grosjean, que se recupera em casa de queimaduras sofridas em acidente impressionante no domingo; e o britânico Jack Aitken na Williams.
E a atração maior: George Russell tendo a chance que todos os pilotos do grid sonham: pilotar o carro de Lewis Hamilton, que está com Covid-19 e perderá pelo menos esta etapa.
E quer mais um motivo que tornará essa corrida imperdível? O inglês, que é piloto da Williams e disputou 36 GPs, nunca pontuou na F1 e de cara liderou os dois primeiros treinos livres, já se tornando a sensação do momento.
Por tudo isso fique de olho: a corrida começa às 14:10 e não será transmitida pela Globo, mas poderá ser acompanhada pelo SporTV 2.
Um primeiro dia de treinos perfeito para Russell
A “estreia” no W11 de Hamilton não poderia ter sido mais perfeita para George Russell em Sakhir: o inglês de 22 anos foi de novo o mais rápido no primeiro e segundo treinos livres da penúltima etapa da temporada. Na sua melhor volta, Russell fez 54s713, 0s128 mais veloz do que o segundo colocado Max Verstappen, da RBR. O desempenho de George é ainda mais significativo se for levado em conta que o companheiro Valtteri Bottas foi apenas o 11º. No entanto, nos trechos mais longos, em simulação de corrida, o finlandês foi melhor.
Já o brasileiro Pietro Fittipaldi as duas primeiras sessões tranquilas e ganhou elogios da Haas. Nas duas ocasiões foi mais veloz do que o outro estreante do dia, Jack Aitken, que corre no lugar de George Russell na Williams.
“Foi fantástico e emocionante hoje. Fazia um ano que não pilotava um carro de Fórmula 1 e oito meses desde que não pilotava qualquer coisa na pista. Eu fiz o passo a passo, mantive o foco e a calma. Fiquei muito feliz com o dia. A equipe me ajudou em tudo, os engenheiros fizeram um ótimo trabalho falando comigo sobre as coisas e os mecânicos também fizeram um ótimo trabalho”, disse ele.
Fittipaldi aconselha neto para estreia na F1: curtir e acelerar
O brasileiro Pietro Fittipaldi faz sua corrida de estreia na Fórmula 1 com um conselho de seu avô bicampeão mundial, Emerson Fittipaldi, que disputou seu primeiro Grande Prêmio meio século atrás.
“Recebi conselho dele, da minha família inteira; afinal tenho uma família de pilotos: também conversei com meus tios, Christian, e Max Papis, que também correu na F1… eles disseram que o principal é ir e curtir, e depois ‘pé na tábua’, dar conta do recado”.
Emerson Fittipaldi, o primeiro de uma série de brasileiros campeões mundiais de F1, estreou com a Lotus em julho de 1970 no Grande Prêmio Britânico de Brands Hatch e venceu os campeonatos de 1972 e 1974. Wilson, o tio-avô de Pietro, também competiu na modalidade nos anos 1970. Christian, seu primo em segundo grau, correu com a Minardi e a Arrows nos anos 1990.
O membro mais recente da família Fittipaldi a chegar ao topo, e o primeiro neto de um campeão, disse que é uma sensação ótima se juntar a eles. “Sonho em correr na Fórmula 1 desde que comecei a correr, tinha quatro anos quando comecei no kart, então é surreal”, finalizou.