Secretário de Política Econômica diz que emprego crescerá em 2021
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou ontem (17) que o emprego vai crescer em 2021, puxado pelo setor de serviços. Sachsida destacou que ainda existem R$ 110 bilhões de recursos a serem injetados na economia por meio do restante de pagamentos do auxílio emergencial e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“O emprego vai crescer em 2021. Os dados são muito claros: o grosso do desemprego está vindo do setor informal. À medida que o setor de serviços retoma, rapidamente volta a contratar, à medida que o distanciamento social diminui, rapidamente tem a contração de informais”, disse Sachsida, em entrevista coletiva virtual para apresentar o boletim MacroFiscal da secretaria.
Sachsida disse ainda que o governo tem trabalhado para reduzir os custos da contratação formal. De acordo com o secretário, para cada R$ 1 mil pago em salários, o empregador tem custos de R$ 1,8 mil. “Quer dizer que o trabalhador recebe pouco, e empresário paga muito. Enquanto sociedade, vamos ter que endereçar essa questão. Há várias frentes para diminuir a burocracia, o custo de contração no Brasil.”
Ele ressaltou que é preciso fazer escolhas, como dar aos trabalhadores o direito de escolher se querem trabalhar no domingo à noite, por exemplo. “Vamos ter que devolver ao trabalhador o seu inalienável direito de escolher para quem e quando trabalhar. Se ele quer trabalhar, deixa ele em paz”, argumentou.
Segunda onda
O secretário afirmou ainda que a possibilidade de uma segunda onda de contaminações pelo novo coronavírus é “baixíssima” no Brasil. “Nossos estudos aqui na SPE [Secretaria de Política Econômica] indicam que a probabilidade de uma segunda onda é muito baixa. Vários estados já atingiram, ou estão próximos de atingir, imunidade de rebanho. Honestamente, acho baixa a probabilidade de segunda onda”, disse. Sachsida citou estudos recentes segundo os quais a “imunidade de rebanho” é alcançada quando 20% da população foi contaminada.
Bolsa volta a níveis pré-pandemia com esperança de vacina
Num dia de euforia com o anúncio de resultados promissores em mais uma vacina contra a covid-19, o dólar voltou para a faixa dos R$ 5,40. A bolsa de valores fechou no maior nível em oito meses, antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia do novo coronavírus.
O índice Ibovespa, da B3, encerrou segunda (16) aos 106.430 pontos, com alta de 1,63%. O indicador está no nível mais alto desde 4 de março, quando tinha fechado aos 107.224 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 5,437, com recuo de R$ 0,038 (-0,69%). No início da manhã, a cotação chegou a cair para R$ 5,36, logo após a divulgação da notícia de que a vacina pesquisada pela Moderna atingiu 94,5% de eficácia num teste clínico em estágio final.
A vacina da Moderna pode ser armazenada a 20°C negativos, temperatura de um freezer, o que facilita a distribuição em relação à vacina da Pfizer, que exige armazenamento em 70°C negativos. A taxa de eficácia da vacina da Pfizer atingiu 90%, segundo o resultado de teste anunciado na semana passada. As duas vacinas usam a tecnologia do RNA mensageiro, a mais moderna disponível.
França diz que vacinação será gratuita e poderá começar em janeiro
O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, disse ontem (17) que se a vacina da Pfizer contra o novo coronavírus for eficaz e segura, a vacinação no país será gratuita e deverá começar no início do próximo ano.
“Se forem validadas, teremos as primeiras vacinas no início do ano”, explicou Véran, em entrevista ao canal BFMTV, acrescentando estar confiante de que a Pfizer e sua parceira BioNtech transmitirão às agências de saúde todos os dados experimentais “até daqui a três semanas”, para serem examinados.
O ministro também lembrou que a Comissão Europeia já fez uma pré-encomenda, que implica o equivalente a cerca de 30 milhões de doses para a França, e que a administração das vacinas será gratuita, assim como os testes de detecção de covid-19.
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