A região de Piracicaba terminou o mês de setembro com redução em todas as modalidades de furtos e roubos, bem como, nos casos e vítimas de latrocínios. Os estupros também caíram no período e não houve ocorrência de extorsão mediante sequestro. Nos furtos em geral, o recuo foi de 23,11%, se comparado o nono mês de 2019 ao de 2020. A quantidade passou de 2.115 para 1.626 – a menor desde 2008.
Apesar dos indicadores da região apresentarem redução nos casos de estupro, a cidade de Rio Claro está na contramão neste crime. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, o município registrou oito casos de estupro somente no mês de setembro, sendo sete deles contra vulneráveis. De janeiro até setembro a cidade contabiliza 32 casos de estupro.
Em Rio Claro, através do Anexo de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o juiz responsável concede a Medida Protetiva para as Mulheres que estão em situação de risco e em seguida as vítimas são acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha que somente neste ano, de janeiro a julho, fez quase 3 mil atendimentos. Visitas foram feitas a 560 mulheres vítimas de violência que possuem medidas protetivas. No primeiro semestre, segundo os dados da secretaria de segurança do município, foram registradas também 70 ocorrências de descumprimentos de medidas protetivas e 63 de violência doméstica atendidas pela Patrulha Maria da Penha.
Segundo a pesquisa Percepções sobre estupro e aborto previsto por lei, dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, divulgada no último dia 9 de novembro, o impacto do estupro é uma realidade próxima da população, já que, 52% dos entrevistados conhecem uma mulher ou menina que já foi vítima e 16% das mulheres disseram ter sofrido violência sexual.
O levantamento foi feito de forma online entre os dias 1º e 14 de setembro e registrou a opinião de 2 mil homens e mulheres, com 16 anos ou mais de idade, em todo o Brasil. Entre as mulheres, 95% revelaram ter medo cotidiano de serem estupradas, sendo que 78% afirmaram ter muito medo. Entre os homens, 92% têm medo que sua filha, mãe, esposa ou namorada sejam vítimas do crime.
A pesquisa aponta que 91% das mulheres acham que contariam para alguém se fossem vítimas de estupro e 68% contariam com certeza. Os motivos relatados que impediriam a comunicação do crime são a vergonha, o constrangimento e o medo da exposição. Na amostra, 92% das mulheres dizem que denunciariam se fossem vítimas, porém 53% dos entrevistados disseram que as vítimas não costumam denunciar.
Formas de violência
A pesquisa levantou também a percepção sobre as principais formas de violência sofridas pelas mulheres. Do total de entrevistados, 73% apontaram a violência doméstica, 53% o assédio sexual, 43% a desigualdade salarial entre homens e mulheres, 42% o estupro, 38% a violência física, 37% a dupla jornada de trabalho e 14% indicaram ainda o racismo como uma forma de violência sofrida pelas mulheres brasileiras.
Quando analisadas apenas as respostas das mulheres à pesquisa, o estupro é apontado por 44% e indicado como a quarta principal violência sofrida, enquanto entre os homens a indicação cai para 39%, o sexto lugar.
Para 84% dos entrevistados, a culpa é sempre do estuprador, independentemente da roupa ou do comportamento da mulher, e 59% entendem que estupro é o ato sexual sem consentimento. Do total, 94% discordam que existam mulheres que merecem ser estupradas.
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