Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA), vinculados à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e ao Instituto de Criminalística Professor Armando Samico, da Polícia Científica de Pernambuco, desenvolveram métodos analíticos para avaliar o teor de etanol nos antissépticos recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – entre 62% e 71% – para assegurar a eficiência na desativação do coronavírus.
Os métodos foram descritos em dois artigos: um foi publicado na coleção Public Health Emergency COVID-19 Initiative, da editora Elsevier, e o outro no Journal of the Brazilian Chemical Society.
Os métodos de análises utilizados pelo grupo se baseiam no uso de espectroscopia no infravermelho (IR) e espectroscopia no infravermelho próximo (NIR). “O método baseado em espectroscopia no infravermelho requer equipamento de mais alto custo e acessórios especiais, também mais caros, para a obtenção das medidas necessárias e realização da análise do conteúdo de etanol nas amostras de álcool em gel”, explica Celio Pasquini, coordenador do INCTAA, à Agência Fapesp.
“Já os métodos baseados em espectroscopia no infravermelho próximo podem ser implementados com instrumentos portáteis e de baixo custo”, compara o pesquisador.
Os dois métodos produzem informações (espectro de absorbância) essencialmente da mesma natureza, associadas às características das estruturas químicas dos compostos presentes nas amostras analisadas. “Essas informações permitem acessar o teor de etanol no álcool em gel, que deve estar na faixa de 62% e 71% para garantir a eficácia do sanitizante e o combate efetivo ao vírus causador da COVID-19”, completa.
No caso NIR, o método desenvolvido é muito rápido – uma análise demora cerca de 2 minutos. “Aplicado diretamente na amostra, produz resultados adequados em termos de exatidão e precisão para o monitoramento da qualidade do álcool em gel”, afirma.
O custo do equipamento NIR utilizado pelo grupo de pesquisadores da Unicamp e UFV é de aproximadamente US$ 1.000,00. “Os instrumentos utilizados são portáteis, facilmente transportados para as análises em campo e isso constitui uma vantagem importante principalmente considerando o uso dos métodos propostos em ações de fiscalização”, explica Pasquini.
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