Após um longo período de fechamento do comércio e estagnação da economia, o Dia das Crianças aparece como uma oportunidade para os lojistas recuperarem as vendas. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (Acirc), Antonio Carlos Beltrame, a expectativa é a de todos os lojistas possam recuperar um pouco daquilo que deixaram de vender.
“Datas especiais, são sempre bem-vinda aos varejistas, elas estimulam o consumo local de produtos de acordo com a comemoração. No próximo dia 12, comemora-se o Dia das Crianças. Logo, todas as lojas que vendem produtos para esse público serão beneficiado. Como tudo muda nesse mundo, não só vestuário e calçados, mas também eletrônicos e bicicletas”, destaca o presidente. Quanto à expectativa, a ACIRC compreende que essa data será muito especial, pois estamos vindo de um período onde as vendas não aconteceram como antes.
AUMENTO
Considerada a segunda data mais importante para o comércio no segundo semestre do ano, o Dia das Crianças deve trazer um aumento de 5% para as vendas se comparado com o mesmo período do ano passado. A expectativa é de uma pesquisa da Federação dos Dirigentes Lojistas do estado de São Paulo com seus associados.
De acordo com a pesquisa, cerca de 53,3% dos lojistas acreditam que as vendas ficarão divididas entre as lojas físicas e virtuais. O comércio eletrônico pode alavancar as vendas em 40% e apenas 6,7% acreditam que as lojas físicas serão mais beneficiadas com maior volume de clientes nas ruas.
Os setores que devem movimentar o Dia das Crianças são os de brinquedos, vestuários e calçados, além dos eletrônicos. Essa pesquisa foi realizada em setembro com as principais Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado. A federação tem aproximadamente 35 mil lojistas associados.
Apesar disso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta uma retração de 4,8% nas vendas para o Dia das Crianças. Segundo os dados da pesquisa divulgada na terça-feira (6) pela entidade, esta é a primeira retração depois de quatro anos, mas não é a pior já registrada, pois a queda em 2016 foi de 8,1%.
De acordo com a CNC, a data é a terceira mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A expectativa é movimentar R$ 6,2 bilhões neste ano. Em maio, a entidade projetou queda de 60% nas vendas para o Dia das Mães, momento em que as curvas de contágios por covid-19 estavam em crescimento acelerado no país e o comércio estava fechado por causa das medidas de isolamento social para conter a pandemia.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho, que registra desemprego em alta, aumento da informalidade e subutilização da força de trabalho, prejudicam as vendas deste ano.
“Este é um desafio para o setor não apenas para esta data comemorativa, mas também para as demais que estão por vir. A redução do valor do auxílio emergencial, a partir de setembro, também deverá dificultar a retomada das vendas, mesmo em um cenário de inflação e juros baixos.”
O único setor com expectativa de crescimento para a data é o de hiper e supermercados, na comparação com o mesmo período de 2019, e devem movimentar R$ 4,4 bilhões, uma alta 3,2%. O segmento de brinquedo e eletroeletrônicos deve registrar queda de 2,5% ou R$ 1,3 bilhão; as livrarias e papelarias devem diminuir as vendas em 9,9% ou R$ 48,1 milhões; e lojas de vestuário e calçados esperam ter uma perda de 22,1% ou R$ 489 milhões.
A pesquisa da CNC aponta que dos 11 itens relacionados ao Dia das Crianças avaliados, cinco devem estar mais baratos do que no ano passado: os brinquedos (-7,5%), sapato infantil (-5,8%), tênis (-3,1%), roupa infantil (-2,6%) e cinema, teatro e concertos (-0,2%).
Já os serviços de lanches deverão estar 10,2% mais caros que em 2019 e os livros 7%. Na média, os itens relacionados à data estão 3,4% mais caros.
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