OMS: vacina contra covid-19 pode estar pronta até o fim do ano
Uma vacina contra a covid-19 pode estar pronta até o fim deste ano, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nessa terça-feira (6), sem dar mais detalhes.
Ele pediu solidariedade e compromisso político de todos os líderes para garantir a distribuição igualitária de vacinas, assim que elas se tornarem disponíveis.
“Vamos precisar de vacinas e há esperança de que possamos ter uma vacina até o final deste ano. Há esperança”, disse Tedros em discurso ao fim de dois dias de reuniões do Conselho Executivo da OMS.
O órgão regulador da União Europeia lançou uma análise em tempo real da potencial vacina desenvolvida pela Pfizer com a BioNTech, anunciou a entidade, após a adoção de medida similar para a vacina experimental da AstraZeneca na semana passada. O anúncio da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) pode acelerar o processo de aprovação de uma vacina bem-sucedida no bloco.
Nove vacinas experimentais fazem parte da iniciativa global Covax, que visa a distribuir 2 bilhões de doses até o fim de 2021. Até agora, cerca de 168 países se juntaram à Covax, mas nem a China, nem os Estados Unidos, tampouco a Rússia estão entre eles.
O governo do presidente Donald Trump disse que, em vez disso, está contando com acordos bilaterais para garantir o fornecimento de fabricantes de vacinas.
“Para vacinas e outros produtos que estão em desenvolvimento, o mais importante é o compromisso político de nossos líderes, especialmente na distribuição igualitária das vacinas”, disse Tedros. “Precisamos uns dos outros, precisamos de solidariedade e precisamos usar toda energia que temos para combater o vírus”, acrescentou.
SP fará teste para avaliar circulação da covid-19 na rede estadual
A partir da próxima terça-feira (13), o governo de São Paulo vai começar a testar 10 mil alunos e 9,3 mil servidores para avaliar a incidência do novo coronavírus nas escolas da rede estadual de educação.
Os testes serão feitos por meio do exame de RT-PCR, que identifica o vírus de forma ativa, e não por exame sorológico, que identifica a presença de anticorpos. Os testes serão feitos inclusive em pessoas sem sintomas. “Quando se faz o exame de RT-PCR se identifica, nesse momento, como está a circulação do vírus na região. O exame sorológico diz o que aconteceu no passado. Dessa maneira, entendemos que fazer o RT-PCR nos sintomáticos leves, e pesquisar também nos assintomáticos, pode nos permitir identificar maior circulação do vírus em determinada região. Essa medida [de fazer o exame RT-PCR] faz com que exista possibilidade de monitorar em tempo real a circulação do vírus”, disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo.
Inicialmente, os testes serão feitos em alunos e profissionais de 100 escolas, distribuídas em 20 cidades de diversas regiões do estado. Segundo o governo, as escolas participantes serão escolhidas por meio de sorteio. Em cada uma dessas escolas serão feitos testes em 100 alunos e em todos os seus servidores.
Países europeus enfrentam escassez de remdesivir para tratar covid-19
Os países europeus estão enfrentando escassez do medicamento remdesivir, contra a covid-19, à medida que o abastecimento limitado está se esgotando, disseram autoridades, em meio ao aumento de casos na Europa e com os Estados Unidos tendo comprado a maior parte da produção da farmacêutica Gilead.
A diretora comercial da Gilead, Johanna Mercier, disse que a empresa espera estar em condições, na semana que vem, de atender aos pedidos que chegam da Europa, e até o fim de outubro, atender à demanda global em tempo real pelo remdesivir.
Em julho, os 27 países da União Europeia (UE) e o Reino Unido garantiram doses para tratar cerca de 30 mil pacientes. Os Estados Unidos (EUA) assinaram um acordo para mais de 500 mil tratamentos, respondendo pela maior parte da produção da Gilead até setembro.
“O remdesivir acabou”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde holandês, Martijn Janssen, à Reuters, acrescentando, no entanto, que novas entregas são esperadas em breve.
O medicamento antiviral demonstrou encurtar o tempo de recuperação hospitalar em casos graves de covid-19. O remdesivir e o esteroide dexametasona são os únicos medicamentos autorizados na Europa para o tratamento da covid-19. Ambos foram dados ao presidente dos EUA, Donald Trump, que também está recebendo um coquetel experimental de anticorpos após ter testado positivo para o vírus.
As hospitalizações em toda a Europa têm aumentado rapidamente, embora na maioria dos países ainda estejam muito abaixo dos níveis de abril a junho.
O ministro da Saúde da Polônia, Adam Niedzielski, disse que o remdesivir estava em falta em alguns hospitais. A última remessa do pedido da UE para o país chegou na sexta-feira passada.
A Espanha, que tem a maior taxa de infecção da Europa, viveu escassez no fim de agosto, segundo sua agência de medicamentos. Agora tem doses suficientes para atender às necessidades nas próximas semanas, informou o Ministério da Saúde.
O Reino Unido racionou seu fornecimento, priorizando os pacientes com covid-19 que mais precisam.
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