SP envia dados da Coronavac ao Ministério da Saúde para agilizar registro de imunizante
O Governador João Doria confirmou nessa sexta-feira (2) que o Instituto Butantan iniciou o envio da documentação exigida pelo Ministério da Saúde para possível registro da Coronavac como uma vacina contra o coronavírus. O imunizante é desenvolvido pelo Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac Life Science.
“O objetivo é tornar o mais rápido possível, dentro das normas científicas e do protocolo da Anvisa, o processo de registro da Coronavac, uma das vacinas mais promissoras na sua última etapa de testagem em todo o mundo”, afirmou o Governador.
A documentação foi enviada por meio de uma plataforma digital da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para agilizar os processos de registro de potenciais candidatas a vacinas contra o coronavírus.
Após resultados positivos nas duas primeiras etapas de estudos clínicos com milhares de voluntários na China e no Brasil, a Coronavac está no estágio final de testagem para atestar a eficácia na prevenção da COVID-19.
Coronavírus usa estratégia similar à do HIV para infectar células de defesa
Na imagem da esquerda é possível observar a enzima RdRp do SARS-CoV-2 (em vermelho), que regula a replicação viral, no interior do linfócito T CD4.Na imagem da direita, as manchas verdes representam as proteínas de espícula do SARS-CoV-2 (spike proteins) próximas à membrana da célula de defesa humana
Um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e divulgado na plataforma medRxiv traz novas evidências de que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) é capaz de infectar e de se replicar no interior de linfócitos, podendo levar essas células de defesa à morte e comprometer ao menos temporariamente o sistema imunológico.
Segundo os autores, o novo coronavírus atua por um mecanismo semelhante ao do HIV, causador da Aids. Os dois afetam um tipo de linfócito conhecido como T CD4, que é responsável por coordenar a chamada resposta imune adaptativa – auxiliando tanto os linfócitos B a produzirem anticorpos como os linfócitos T CD8 – responsáveis por reconhecer e matar células infectadas – a se proliferarem. Essa coordenação se dá por meio da liberação de moléculas sinalizadoras conhecidas como citocinas.
“Nossos resultados sugerem que, em alguns pacientes, o novo coronavírus pode causar um quadro de imunodeficiência aguda não apenas porque mata parte dos linfócitos T CD4, mas também porque prejudica a função dessas células. Isso faz com que os linfócitos T CD8 se proliferem menos e os linfócitos B produzam anticorpos com menor afinidade e duração. Seria um efeito semelhante ao do HIV, só que agudo”, explica à Agência Fapesp Alessandro Farias, chefe do Departamento de Genética, Evolução, Microbiologia e Imunologia do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, que coordenou a investigação ao lado do professor Marcelo Mori.
Proteína no sangue de pacientes pode indicar evolução e gravidade da doença
Uma proteína circulante no sangue de pacientes com COVID-19 pode servir como uma espécie de “termômetro biológico” capaz de indicar a gravidade da inflamação provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) descobriram que o acompanhamento das taxas da proteína sTREM-1 – já a partir dos primeiros sintomas da doença – serviria como uma ferramenta importante para auxiliar a tomada de decisão nas equipes de saúde e também como um preditor de evolução e desfecho da doença.
O achado foi divulgado na plataforma medRxiv, dedicada à publicação de artigos em versão preprint, ou seja, antes de passarem pelo processo de revisão por pares.
“Existe uma variação muito grande na resposta inflamatória dos pacientes ao SARS-CoV-2 e ainda não se sabe exatamente por quê. No entanto, acreditamos que o monitoramento dessa proteína, que pode ser realizado por meio de exames simples [teste imunoenzimático], auxilie no tratamento dos doentes. Ao acompanhar essas taxas, a decisão da equipe de saúde é amparada por um biomarcador, cujo aumento está relacionado com o agravamento da doença”, diz à Agência Fapesp Carlos Sorgi, professor do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP).
Foto: Divulgação