A versão remota da liderança
Várias empresas incorporaram de maneira mais efetiva e continua o trabalho à distância.
Realmente, para as empresas cujas atividades permitem, o trabalho remoto acabou por fazer parte do dia a dia do “ambiente” de trabalho.
Apesar de ainda haver discussões sobre a eficácia, sobre o custo e sobre os impactos para os profissionais, trabalhar remotamente não é simplesmente “virar a chave”.
Em grande parte das atividades do setor de serviço, os resultados são impactados diretamente pela relação presencial; nestes casos tanto o fornecedor quanto o cliente precisam interagir presencialmente, no mesmo ambiente, para que o serviço aconteça.
Quando a tratativa recai sobre o trabalho totalmente à distância, muitas mudanças vêm ocorrendo e, no caso da coordenação de equipes, essas mudanças estão obrigando os líderes a repensarem a sua gestão.
Mais do que uma mudança de comportamento, os líderes terão que reaprender a fazer gestão de pessoas, já que elas não estarão mais convivendo presencialmente e, isto muda muita coisa.
Olhando dessa forma muitos líderes estão encontrando dificuldades, pois se trata de uma situação totalmente nova e, portanto, não houve tempo para que eles se preparassem para ela. Nem as empresas e nem os profissionais podiam esperar que suas práticas de gestão mudassem de forma tão radical.
Gerir pessoas à distância exige agora novas habilidades por parte dos líderes, seja em que atividade for. Pesquisas no campo do comportamento, como a publicada recentemente no Journal of Business and Psychology, estão surgindo no sentido de tentar compreender e, na medida do possível, contribuir para uma ação mais efetiva da liderança neste novo contexto.
Entre as várias habilidades que são requeridas a partir de agora, para que os líderes possam agir de forma eficaz em suas funções, pelo menos três delas são consideradas essenciais.
Em primeiro lugar o Líder deve ter uma atitude que transmita segurança à equipe. Isto significa que, mais do que nunca, o líder deve trabalhar com a verdade. Uma equipe trabalhando de forma remota, com os profissionais distantes uns dos outros, precisa sentir que as ações e o comportamento da sua liderança são transparentes e verdadeiras.
A segunda habilidade que o líder deverá desenvolver é de prover maior atenção às pessoas. Se no trabalho presencial a questão da atenção, do foco nas pessoas era muito importante, agora essa habilidade passa a ser fundamental.
Pessoas trabalhando à distância precisam sentir que o líder se preocupa com elas, através de um contato periódico e continuado com toda a equipe. Se as pessoas se sentirem abandonadas, o moral do grupo tende a cair drasticamente.
A terceira habilidade necessária é o desenvolvimento do serviço por parte da liderança. O líder servidor nunca foi tão absolutamente necessário quanto agora.
Um líder servidor se preocupa em humanizar o trabalho e o trato com as pessoas. O trabalho à distância quebra o sentido de equipe e muitas vezes dificulta o sentimento de pertencer, daí a importância do líder servidor, aquele que agrega através de uma atitude de apoio nas dificuldades impostas pela distância.
O líder deverá se transformar de fato no verdadeiro prestador de serviço – função que sempre foi a essência de suas atividades e, que até então nunca foi considerada e praticada com a relevância que deveria.
Por fim, estamos diante de uma das mais importantes transformações nas relações do trabalho que já vivenciamos. O Líder agora deve reaprender e isso se dará através de uma nova versão: a versão remota da Liderança.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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