Na maioria das vezes, a gente procura a felicidade somente nas coisas que obtemos, nas coisas que conquistamos, em todo o dinheiro, em imóveis, automóveis, o parceiro perfeito e o corpo perfeito. Essa estratégia tem algumas desvantagens. Se nossos desejos e vontades permanecerem desenfreados, mais cedo ou mais tarde vamos nos deparar com algo que queremos e não podemos ser.
O grande segredo da vida me parece ser aproveitar e dar valor o que temos e apreciar o que estamos vivendo. Pode ser uma contradição, mas é a pura verdade. Se você não valorizar o que tem, não poderá conceber o que você ainda não tem. Não tem sentido se você não sabe “curtir” o que você já tem.
Esta semana uma personalidade do mundo artístico internacional, uma cantora com uma fortuna avaliada em 200 milhões de dólares, compartilhou nas redes sociais que está descontente com a vida e já há algum tempo entrou em um estado de profunda depressão. Ela disse: “O que valeu tanto esforço e desempenho nesta carreira se não consigo aproveitar bem a vida?” Faz sentido?
Há algum tempo vi uma entrevista na televisão com o ator Christopher Reeve que interpretou nas telas o Super Man, que em 1994, quando caiu do cavalo ficando totalmente paralisado do pescoço para baixo por causa de uma lesão na medula espinhal, dependente de um aparelho de respiração em caráter permanente. Quando o entrevistador perguntou como ele lidava com a depressão decorrente da invalidez, disse que era um “cara de sorte”.
Reeve ainda confessou seu total desespero enquanto estava em terapia intensiva no hospital, mas resolveu focar no tesouro que ainda tinha, sua esposa e filhos amorosos e a gratidão do veloz progresso da medicina e que se tivesse acontecido esse acidente apenas alguns anos antes, ele teria morrido em decorrência da lesão.
O ator descobriu também que sentia inveja das pessoas andando, apoiando em suas pernas e caminhando seguras, diferente da condição de suas pernas. E toda essa lição que a vida tinha lhe proporcionado e aprendendo a lidar com isso, confessou ainda ter percebido que o único jeito de seguir pela vida é olhar para o que se tem, ver o que ainda se pode fazer, colocando mais fé e amor pelo que se quer obter no futuro. Sábia lição, não é?
O valor interior é o que vale. Trabalhar com o nosso medo, encarar a vida é o meio mais eficaz para alcançar a felicidade do que procurá-la através de fontes externas. As fontes internas de felicidade, estritamente ligada a uma sensação íntima de contentamento é a noção do amor próprio. Conhecer a si mesmo e viver a vida intensamente encarando os desafios que possam surgir, é sem dúvida o meio mais eficaz para alcançar a felicidade. Pense nisso!