O In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical chegou à sua 12ª edição e acontece de 9 a 20 de setembro, com mais de 60 filmes nacionais e internacionais inéditos no circuito comercial. Um deles, que está em cartaz de 10 de setembro a 20 de setembro, é o longa-metragem “Dom Salvador & Abolition”, dos diretores Artur Ratton e Lilka Hara.
Elaborado de forma totalmente independente, o longa de 88 minutos mostra o dia a dia em Nova York e mergulha no passado do pianista, que é um dos orgulhos da Cidade Azul. Os diretores Artur Ratton e Lilka Hara contam que o filme surgiu depois de um curta-metragem sobre Dom Salvador, que já havia participado do festival In-Edit anteriormente.
“Começou com um curta de 10 minutos e com o material resolvemos fazer um longa, vimos que tinha tanto assunto, que nos sentimos na missão de incorporar mais cenas, mais material e fazer esse longa”, conta o diretor Artur Ratton em live promovida pelo festival.
Para a diretora Lilka Hara, fazer um longa sobre Dom Salvador foi como compor um disco, sendo que cada parte dele se assemelha a uma música, com uma história diferente. “Ao fazer o curta conhecemos um pouco mais sobre o Dom, ficamos mais próximos dele e descobrimos muito sobre sua vida familiar, sua esposa que estava com demência, os fatos por trás do casamento, a vida familiar e também os projetos artísticos. A vida dele é muito intensa, não consegue parar, muito criativo, sempre produzindo”, relata, lembrando que a equipe acompanhando o músico em lugares clássicos de jazz em Nova York.
O documentário traz entrevistas com Elza Soares, Toni Tornado, Ed Motta e os parceiros de Dom no começo de carreira, no Grupo Abolição. Residente em Nova York (EUA) desde 1973, Dom Salvador é celebrado no filme pela inovação de ter adicionado soul e funk ao samba-jazz quando fundou em 1970 o grupo Abolição após lançar álbum solo em 1969, disco cultuado com o decorrer do tempo.
Em crítica assinada pelo jornalista Mauro Ferreira, o filme ganhou quatro estrelas. O jornalista escreve: “Nascido em 12 de setembro de 1938, no município paulista de Rio Claro (SP), Salvador é de família grande pobre que teve que se cotizar para comprar um piano para o jovem que, desde cedo, demonstrou ter o dom da música. O tempo comprovou o dom extraordinário desse músico notabilizado pelo suingue percussivo do toque do piano. Ainda que o grupo Abolição tenha justificado destaque no roteiro de Mikael Awake, o documentário está focado sobretudo na trajetória individual de Dom Salvador, que, antes de criar o Abolição, integrou em 1965 com o baixista Sérgio Barrozo e o baterista Edison Machado (1934 – 1990) o Rio 65 Trio, importante grupo de samba-jazz.”
FESTIVAL
Pela primeira vez o festival será online com acesso em todo território nacional. Toda programação pode ser acessada pela plataforma do festival in-edit-brasil.com e também através de plataformas parceiras (Sesc Digital e Spcine Play), a R$ 3,00 e gratuitamente. Os interessados poderão comprar pacotes de acessos com desconto. Toda a receita arrecadada pelo festival será destinada a trabalhadores da música e do cinema afetados pela pandemia, através do projeto independente Conexão Música e do FAPAN – Fundo.de Amparo aos Profissionais do Audiovisual Negro, gerido pela APAN (Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro).
Foto: Divulgação