A crise do “como”
- COMO: Escrevo a ti Lucius Aurelius Commodus, em pleno 2020, vivemos aqui a repetição de sua agonia, a crise do “como” ou de “commodus”.
- COMO II: Apontar as mazelas e equívocos é fácil… Viajar na maionese e propor o que nunca irá se cumprir é fácil, caro Commodus! Veja o desfile de gladiadores da cousa pública, dos paladinos das tempestades, dos dilapidadores do erário, dos que trocam prato de comida por cooptação.. Eles falam, criticam, mas sabem no fundo, que pouco sabem sobre como fazer…
- COMO III: Poderia ser um mouro do califado do Aláqueme e gravar vídeos prometendo uma educação, saúde e segurança melhores. Socar o dedo na ferida, sangrar os que dedicam suas vidas a cousa pública, como sacerdotes do res pública, mas sem falar “como”, seria apenas mais um profeta das ilusões, um charlatão da acrópole, um fariseu!
- COMO IV: E talvez, essa briga de foice no escuro, para se ter em uma das mãos o destino de todo um povo, seja a epigênese da ausência de “comos”… Quando não se tem um checklist, um PMBOK, um 5W2H, é mais fácil atacar um ao outro ou evidenciar obras que emergem das areias do deserto da ineficiência…
- GRITO DISCENTE: Prestígio, fama e dinheiro são simples obséquios da vida. O bom é a simplicidade, onde a paz se encontra. Paz que é muito cobiçada, paz que faz o dinheiro não ter valor, paz que não é material, paz no mundo interior, na essência do ser, no coração que dispara ao som da chuva – Kauhan Sabino.
FRASE DA SEMANA:
Que falta nesta cidade?…………….Verdade
Que mais por sua desonra?………..Honra
Falta mais que se lhe ponha……….Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
Quem a pôs neste socrócio?……….Negócio
Quem causa tal perdição?………….Ambição
E o maior desta loucura?……………Usura.
Notável desventura
de um povo néscio, e sandeu,
que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura. […]
IN: GREGÓRIO DE MATOS, EPÍLOGOS, por volta de 1682.
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