Dia trágico que abalou a estrutura e o poderio norte americano frente ao terrorismo impetrado pela organização fundamentalista islâmica Al Qaeda, com a total destruição das torres gêmeas e de outras instalações e aeronaves americanas.
Depois de dois anos, o governo brasileiro instituiu através do decreto presidencial número 9.960, de 20 de agosto de 2.003 o “Dia Nacional do Cerrado”.
A escolha de tal data propositalmente, instituída no mesmo dia da tragédia americana, deve ser um alerta para as autoridades em relação a destruição impulsionada pelo desmatamento e incêndios florestais que ocorrem diariamente neste bioma.
Em 1995, uma proposta de emenda constitucional (PEC 115/1.995), foi elaborada para elevar o Cerrado a Patrimônio Nacional. Passados quinze anos sem ser apreciada pela Câmara dos Deputados, transformou- se na (PEC 504/2.010), com a inclusão do bioma Caatinga na mesma proposta de Patrimônio Nacional.
No ano de 2.019, os biomas: Amazônia, Mata- Atlântica, Serra do Mar, Pantanal e Zona Costeira, já haviam sido instituídos como Patrimônio Nacional, mas o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro em extensão, abrangendo os Estados de São Paulo, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Piauí, Rondônia, Maranhão e Amapá, cobrindo uma área de 2.036.448 quilômetros quadrados, cerca de 22% do território nacional, ainda não tinha sua importância frente ao lobe criado pelos interesses cooperativistas e agropastoris.
O que impede o interesse em aprovar a PEC 504 / 2.010, são as mudanças que ocorreriam em relação ao uso e manejo das propriedades rurais, onde predominam alta produção de grãos, fibras, carnes e diversos outros produtos agropecuários, sendo mais de 50% da soja produzida no Brasil, 30% do milho, 20% do arroz e 35% do rebanho bovino.
Estamos no segundo semestre de 2.020, a alguns dias do tão nobre e esperado “Dia Nacional do Cerrado”, bioma que aguarda seu reconhecimento como Patrimônio Nacional desde 1.995, ou seja, há vinte e cinco anos, desprezado pela grande maioria de nossos deputados que se dizem preocupados com a preservação ambiental, em seus discursos acalorados no plenário da Câmara em rede nacional.
Os interesses dos grandes produtores rurais e latifundiários estão nas mãos e nas canetas de mais de 200 deputados federais (do total de 513), motivo pelo qual o Cerrado está em vias de sua extinção.
Há mais de 500 anos, culpamos os Portugueses pela quase extinção de nossa árvore símbolo, o “Pau Brasil”, e hoje o que estamos fazendo para combater o extermínio de nosso Cerrado. Pense bem antes de votar, pois o vereador de hoje, poderá ser um deputado amanhã.