Peça indispensável em uma partida de futebol, os árbitros têm o dia 11 de setembro como uma data a ser celebrada, já que se comemora o Dia do Árbitro. Seja apitando, bandeirando ou, mais recentemente, na cabine do VAR, os homens do apito querem passar despercebidos dentro de campo, mas sem apagar sua importância no controle dos jogos.
Ana Paula Oliveira, presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, assumiu o cargo em novembro do ano passado e consegue resumir estes dez meses em três palavras. “Intensidade, aprendizado e transformação. Tínhamos um planejamento, tivemos que mudar por conta da pandemia, mas posso falar que foi um saldo positivo, mesmo com esses percalços. Além disso, há um investimento na base, com treinamentos online regulares, mudando prazos de devolutivas, sendo imediato agora. Posso dizer que foi um ano muito intenso, com muito trabalho e muitas emoções”, avalia.
Ana é a primeira mulher a assumir o posto mais alto da arbitragem no futebol paulista e sabe da importância que isso tem para ajudar mais mulheres no mundo do futebol. “Eu me sinto honrada por essa oportunidade, mas sei o peso dessa responsabilidade de, além de contribuir com a arbitragem de São Paulo, contribuir com abertura de espaços para mulheres competentes e com qualidade. Todo dia acordo e penso que eu estou contribuindo para ter mais mulheres no futebol. No que eu puder fazer, no que tiver ao meu alcance, eu farei”, diz.
Além de Ana Paula, a Comissão de Arbitragem é formada por mais quatro ex-árbitros FIFA, dentre eles Ednilson Corona, que foi formado na turma de 1986 pela FPF, trabalhando como árbitro-assistente até 2010. Analisando a evolução que a categoria passou, ele destacou o papel fundamental da FPF em investir em profissionais capacitados, visando um aumento no reconhecimento da arbitragem.
“Agora, a arbitragem passou a ter o reconhecimento que precisava ter. Não digo de reconhecer se algum árbitro é bom, mas sim de ter condições para trabalhar, Hoje a FPF dá a estrutura para a Comissão de Arbitragem trabalhar para melhorar o árbitro, para que ele seja um profissional melhor, para que a gente possa aumentar a vontade das pessoas de estarem no futebol. Essa foi a grande diferença, ter pessoas que enxergam o futebol de maneira diferente”, comentou.
Foram mais de 20 anos na bandeira e ele não deixa de exaltar como o futebol e a arbitragem deram a ele uma visão diferente da vida. “Tudo que eu vivi na arbitragem, eu procuro levar na minha vida. O que eu passei para os meus filhos foi o que eu aprendi na escola de arbitragem. Então, o futebol e ser árbitro me proporcionaram muita coisa para entender a vida. Se a gente analisar algumas situações como um árbitro, a gente consegue entender como funciona”, finalizou.
Base vem forte
João Vitor Gobi, de apenas 24 anos, foi o dono do apito na final da Copa São Paulo de 2020, entre Internacional-RS e Grêmio-RS. Essa vontade de seguir na arbitragem veio cedo, quando jogava bola em uma escolinha de futebol. “Eu jogava em uma escolinha de futebol e sempre faltava árbitro para apitar os jogos, então eu comecei a apitar quando não jogava. Até que um amigo meu, que era árbitro na FPF, me convidou para acompanhá-lo nos jogos. Comecei como quarto árbitro, depois fui de assistente, até que cheguei como árbitro principal no amador. Quando terminei o ensino médio, ingressei na escola da Federação”, conta.
Mesmo tão jovem, João não esconde a paixão que sente pela profissão, citando a importância da arbitragem para sua formação pessoal. “A arbitragem é tudo, é um amor incondicional, algo que eu faço porque eu amo. Eu vivo isso, sempre estou pensando nisso, pensando nos meus defeitos para sempre melhorar porque é um sonho que eu tenho. Desde quando eu atuava no amador, até mesmo de me formar, eu pensava em conquistar muitas coisas na arbitragem. Eu vivo intensamente isso, ela tem uma grande representação até mesmo na minha personalidade”, descreve.
Por Federação Paulista de Futebol