Para que a mentira não vença a verdade
Há uma crescente preocupação atualmente com as chamadas “fake news”, um hábito terrível, que no tempo da minha avó era simplesmente chamado de fofoca ou boato e era atribuído às pessoas que tinham como principal problema o desvio de caráter.
As mentiras sempre permearam o cotidiano do ser humano, a tal comadre fofoqueira que habita o nosso interior – me permitam a generalização, é um mal avassalador.
O que os estudiosos do comportamento humano costumam chamar de “superego” ou de “Pai crítico perseguidor” é nada mais do que os preconceitos que temos sobre nós mesmos e que usamos para perseguir o outro. Mas, nesse caso vou parar por aqui, pois esta seara não é minha.
Nas empresas e nas grandes corporações o boato sempre existiu, ainda que tivesse vários apelidos. Para disfarçar a sua natureza, quase sempre sua origem fora atribuída ao chão de fábrica, algo como tapar o sol com a peneira – como se nenhum Diretor falasse mal do outro!
Pois bem, a coisa foi tomando tal importância que chegou a ser tratada dentro das organizações como uma central – a central de boatos. E como toda a central que se preze, ganhou adeptos dos dois lados; os que a defendem e os que a combatem.
Com o advento da tecnologia, o que era uma questão tratada dentro das organizações e no âmbito das comunidades passou a ser um problema social e foi elevada ao nível de rede, a fofoca passou a fazer parte da rede social e seu apelido ficou “mais chic”, passou a ser chamada de “fake news”.
Você pode achar que eu estou tratando um assunto sério com certo ceticismo ou com uma certa dose de ironia; mas não se trata disso. O que realmente acontece é que as fake news existem há muito, muito tempo.
Fake News, um termo da língua inglesa, significa simplesmente criar notícias falsas, falsas informações, em última instância mentir.
Assim como no tempo da minha avó, vários são os motivos que levam uma pessoa a mentir e agora, em função da complexidade das relações e dos interesses que possam envolver essas relações mentir não é só uma atitude de um indivíduo; a mentira passou a fazer parte do hábito das várias organizações.
As corporações mentem por e com várias finalidades. Entre estas finalidades podemos citar: as finalidades comerciais, que significa ganhar dinheiro com a mentira; as de cunho ideológico, de reforço de poder, para ganhar poder, para difamar e tomar o lugar do outro, de impedir que a verdade seja reconhecida, e assim por diante.
Com o advento da internet, as falsas notícias ganharam velocidade e poder de penetração, por meio da rede mundial, ou seja, qualquer informação e em especial a falsa informação chega ao mesmo instante para o mundo todo.
Essa característica dotou a falsa notícia, em um determinado momento, de uma possível verdade, e isso tornou a questão da mentira disseminada um problema muitíssimo sério para a humanidade.
Os países no mundo inteiro estão criando leis, e através delas estabelecer punições para as mentiras publicadas, pois a mentira é crime. Essa é uma atitude que tem relativa eficácia, pois como temos visto, as falsas notícias são cada vez mais difíceis de serem detectadas.
Resta como uma solução efetiva, a consciência e a participação do cidadão, checando a natureza, a origem e a veracidade da informação que recebe e só compartilhar o que realmente ele tenha certeza que é verdade.
Os especialistas no assunto, desta forma, recomendam que ao receber uma informação, em primeiro lugar, você deve duvidar sempre, depois buscar saber se é realmente verdade, e somente depois disso, compartilhar.
Estamos vivendo uma inversão completa de valores, com um único objetivo: não permitir que a mentira vença a verdade.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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