Teste usa pontos quânticos para detectar presença do novo coronavírus
Pesquisadores de quatro instituições, sob a liderança do Instituto Senai de Inovação em Química Verde (ISI QV), desenvolveu um teste molecular rápido para diagnóstico da covid-19, cuja produção em série deverá ser iniciada até o final deste ano pela empresa parceira do projeto, a Scienco Biotecnologia, de Santa Catarina. O pesquisador-chefe do ISI QV, Antonio Fidalgo, destacou naterça-feira (4), em entrevista à Agência Brasil, que o ineditismo da descoberta está no fato que ela poderá ser aplicada para qualquer outra doença viral. O ISI QV é ligado à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A fórmula trabalhada usa estratégia de pontos quânticos para detectar a presença do novo coronavírus e poderá ser adaptada para qualquer outra forma diagnóstica, sustentou o pesquisador-chefe. “Conseguimos desenhar uma molécula que fosse capaz de reconhecer o vírus. No momento em que esse reconhecimento acontece, a gente verifica um sinal fluorescente. Ele se torna rápido porque isso é imediato”.
No momento em que o pesquisador pega uma amostra que contém o vírus e coloca na solução criada, a supressão da fluorescência é imediata. “Ele se transforma em um teste molecular semelhante à metodologia padrão ouro de hoje PCR, só que com resultado praticamente imediato”, salientou Fidalgo. A presença do vírus pode ser detectada nas hastes de coletas das secreções da garganta e do nariz, chamadas Swabs. As hastes são armazenadas em tubos coletores com reagentes, que mudam de cor ou têm alterada sua natureza fluorescente no caso de o vírus ser detectado.
Embora acredita que a nova fórmula não vai substituir a testagem padrão ouro PCR, porque existe um protocolo de confirmação do resultado, Fidalgo avaliou que a estratégia molecular que o ISI QV e seus parceiros desenvolveram vai ser mais confiável que os testes rápidos que estão disponíveis atualmente, com a vantagem de ser mais ágil e baratear a testagem. O objetivo do trabalho foi desenvolver estratégias para combate à covid-19 e aumentar a capacidade de testagem da população.
Mais cinco centros de pesquisa iniciam testes da CoronaVac em voluntários
O Governador João Doria anunciou, nessa quarta-feira (05), que mais cinco centros de pesquisa vão iniciar a testagem da vacina contra coronavírus em voluntários. Todos iniciarão os testes com a CoronaVac ainda nesta semana, somando-se a outros cinco que já estão em operação. Ao todo, 12 núcleos científicos foram selecionadas para a realização da terceira e última fase de ensaios clínicos do imunizante que é desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa SinovacLife Science.
Já nessa quarta, as vacinas começaram a ser aplicadas em profissionais da saúde na Universidade de Brasília (UnB) e, amanhã (06), no Hospital das Clínicas na Unicamp, em Campinas (SP). Na sexta-feira (07), as ações serão iniciadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, e na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP). No sábado (08), será vez do Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
COVID-19: Técnica usa inteligência artificial para prever risco de complicações
Um método que permite diagnosticar a COVID-19 em cerca de 20 minutos – com baixo custo e sem a necessidade de reagentes importados – foi descrito por pesquisadores brasileiros em artigo divulgado na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares.
O sistema usa algoritmos de inteligência artificial capazes de reconhecer em amostras de plasma sanguíneo de pacientes um padrão de moléculas característico da doença. Segundo os autores, também é possível identificar, entre os casos confirmados, os indivíduos com maior risco de desenvolver manifestações graves, como insuficiência respiratória.
O projeto é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de colaboradores no Amazonas.
“Nos testes feitos para validar a metodologia, conseguimos diferenciar as amostras positivas e negativas com um acerto de mais de 90%. Também fizemos a diferenciação entre casos graves e leves com acerto em torno de 82%. Agora, estamos iniciando o processo de certificação junto à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, conta à Agência Fapesp o professor da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino, coordenador da pesquisa.
Foto: Governo do Estado de São Paulo