Artistas de todo o país seguem sofrendo os impactos causados pela pandemia, diversos tipos de eventos precisaram ser cancelados. O pior é a incerteza dos próximos meses, o que os têm deixado muito mais preocupados. Sem eventos, sem renda e sem perspectivas. “Minha situação é crítica, acredito que de outros músicos também. O último evento foi no carnaval. Estou me mantendo através da ajuda dos filhos. Perspectivas, infelizmente, não são positivas, seremos os últimos a voltar a trabalhar e a situação com relação à pandemia não é nada boa. É torcer para que as vacinas que estão sendo testadas deem certo. Não tenho outra renda, falta pouco para aposentar e não me cadastrei para outros auxílios por não ter direito, pois tenho a microempresa”, relatou ao Diário do Rio Claro um dos músicos renomados e com grande trajetória, Amauri Canaver.
A situação do músico é a mesma de muitos outros artistas de Rio Claro. No dia 29 de junho, a Secretaria Municipal de Cultura abriu o processo para Cadastro Municipal de Cultura e, conforme a prefeitura informou ao Diário do Rio Claro, quase 300 artistas e cerca de 60 empresas de atividades culturais efetuaram o cadastro. Além de nortear políticas para o setor, o cadastramento que seguiu até o dia 12 de julho, também permitirá que pessoas e entidades da área recebam auxílio financeiro do Governo Federal. “Estou fazendo contato semanalmente com a secretaria da Cultura e, por enquanto, a resposta que tenho é que ainda está sendo feita a regulamentação e os cadastros feitos pelos artistas e empresas estão em análise”, comentou o músico sobre o benefício que aguarda.
De acordo com a pasta, o cadastro também auxiliará a Secretaria Municipal de Cultura a ter novo diagnóstico do cenário cultural da cidade para políticas voltadas ao setor. O cadastramento também foi obrigatório para pessoas da área que querem receber recursos a serem enviados pelo Governo, que deve conceder auxílio emergencial ao setor da cultura como previsto pela lei 1075/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc. A lei foi aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. Foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 29 de junho. O projeto que deve destinar R$ 3 bilhões para o setor cultural, estabelece bolsas destinadas aos setores culturais afetados pela pandemia do novo coronavírus e prevê três tipos de auxílio: para artistas, para empresas culturais e para contratação de espetáculos, que será feita a partir de editais.
PREFEITURA
Em nota, a prefeitura reforçou que o pagamento do auxílio emergencial a artistas será feito pelo governo federal, que ainda não definiu data para repassar os recursos aos estados e municípios. Os cadastros dos artistas de Rio Claro estão passando por triagem na qual se verifica a adequação dos inscritos aos critérios da Lei Federal que estabeleceu o auxílio emergencial.
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