O país está em decadência social, moral, cultural e econômica. Lembramos até que o principal símbolo do patriotismo que é, muito significativamente, o futebol, não ganha uma Taça do Mundo desde 2002. A três meses e meio da eleição presidencial, os candidatos ao cargo estão no mesmo diapasão do nosso subdesenvolvimento. Ainda falam em democracia, porque esse é um objetivo que não foi alcançado. Ainda fazem promessas, como justiça social, saúde para todos, ensino para nos abrir as portas do futuro e segurança para nossas vidas e patrimônio.
A realidade é que estamos assentados no atraso, se nos compararmos, por exemplo, com a China, bem mais atrasada que nós quando eu era jovem. Continuamos querendo subsídios, tabelamento, interferência nas regras naturais do mercado, transferência de renda de quem trabalha para os preguiçosos, desprezando a mérito para inventar cotas por sexo ou cor da pele, enquanto nosso ensino é medíocre, nossa tecnologia está no porão do mundo, com as exceções de sempre, como Embraer, Natura, Ambev, entre outras que se destacam no nosso parque industrial acomodado aos juros subsidiados e aos favores fiscais.
Ironicamente, os chamados progressistas é que são os arautos do atraso, adeptos do nacional-estatismo que costuma levar países à falência, sustentado pela miséria e o desinvestimento. Esses são os protetores dos direitos adquiridos, das gordas aposentadorias pagas pelos mais pobres, da estabilidade nos contracheques públicos, dos salários que não respeitam os limites da Constituição. Eles são os progressistas de discurso, que pretendem manter seus privilégios e suas castas, no estado e nos sindicatos. Como palavra de ordem, usam a falácia do “tudo-pelo-social”. E vão nos enganando, graças à nossa pouca capacidade de compreender, de interpretar e de julgar, além do futebol.
Percebemos, pela Lava-jato, a corrupção tradicional, pura e simples, mas não entendemos que também é corrupção cobrar quase 40% de carga tributária, sem a contrapartida de serviços públicos decentes. O país se tornou ingovernável para quem não compactuar com a velhacaria embutida na cultura nacional, em todos os estamentos sociais e de renda. Nada mudará se não houver mudança nos eleitores e nos partidos políticos. E, em não mudando, conclui-se que o país está satisfeito com o que existe; que somos todos masoquistas. Quem poderá ser o altruísta, o mártir, o sábio, o mágico, capaz de ganhar uma eleição presidencial nos convencendo a mudar?
Por Alexandre Garcia