Para quem trabalhou no comércio neste primeiro dia, o trabalho foi intenso. Além de organizar a loja, o movimento foi grande e em um curto espaço de tempo. “Precisamos ficar atentos às recomendações, com o uso da máscara e do álcool gel, como são coisas novas, temos que ficar atentos para não esquecer”, disse a vendedora de uma loja de roupas.
Para a caixa de uma loja de utilidades, a segunda-feira parecia o primeiro dia de trabalho. “Achei que eu não ia me lembrar como o sistema do caixa funcionava. Dois meses em casa, né? Mas quando cheguei me lembrei de tudo”, comentou.
Os estabelecimentos comerciais de diversos setores não considerados essenciais estavam fechados desde o dia 23 de março, quando foi decretado o isolamento social, com a finalidade de evitar a propagação do coronavírus.
Nesta fase a autorização é para quatro horas de funcionamento de imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércios e shoppings. O comércio funciona das 9h30 às 13h30 de segunda a sexta e aos sábados das 8 horas ao meio dia.
E se a expectativa era também saber se os consumidores apareceriam, a resposta foi sim. Em diversas lojas o que se viu foram filas extensas, principalmente, para adentrar os grandes magazines.
Para o Presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (ACIRC), Antonio Carlos Beltrame, a avaliação do retorno com a flexibilização da quarentena, foi positiva. “Foi uma manhã feliz. Empresários podendo abrir novamente as portas de suas lojas com a expectativa da volta dos consumidores. Já estávamos certos que não haveria uma avalanche de consumidores, mas o público apareceu, principalmente aqueles que queriam pagar carnês”, observou.
Beltrame saliente a importância de todos seguirem as medidas para que, assim, Rio Claro possa avançar e outros setores também retomarem as atividades. “Observamos que a totalidade das pessoas estão usando máscaras, isso foi muito positivo, porém percebemos que ainda não há costume do distanciamento”, ressaltou.
Para contribuir com a conscientização a ACIRC desenvolverá ações. “Vamos colocar um carro de som, rodando a cidade fazendo esse alerta, bem como, outras orientações. Vamos torcer para que daqui a 15 dias possamos ir para a área amarela, onde novos serviços poderão fazer parte das permissões”, afirma.
Ao Diário do Rio Claro, o presidente do Sincomércio, Célio Cerri, disse que a reabertura ficou das expectativas. “Alguns setores, devido a estação que entramos, foram mais movimentados porque a população estava desguarnecida, mas vejo os demais dentro da normalidade, nada de excepcional, sem aglomerações, apesar de serem só quatro horas para atender uma cidade inteira, o que é antagônico para quem não quer aglomerações”, declarou.
Filas devem ter distância mínima de um metro entre consumidores
Para que a reabertura do estabelecimentos comerciais não represente aumento no número de casos de coronavírus na cidade, a prefeitura determinou critérios que devem ser seguidos para garantir a segurança de comerciantes e consumidores. Uma dessas medidas preventivas é o distanciamento mínimo de um metro entre uma pessoa e outra nas filas.
“Se iremos avançar na flexibilização para a fase 3 ou regredir para a fase 1 dependerá do comportamento da população e dos comerciantes, que devem estar atentos e adotar medidas preventivas ao coronavírus”, observa o prefeito João Teixeira Junior. A abertura dos setores da economia é feita de acordo com fases estabelecidas pelo governo estadual, que colocou o município na fase 2 (cor laranja). Na medida em que os municípios avançam nas fases, maior a flexibilização da quarentena.
Na segunda-feira a portaria com determinações que devem ser seguidas pelos estabelecimentos foi publicada no Diário Oficial do Município. “Todos os cuidados com higienização, distanciamento e uso de máscaras devem ser adotados para evitar a propagação da doença e permitir que o município continue avançando na flexibilização”, observa Maurício Monteiro, secretário de Saúde.
Os estabelecimentos devem ofertar álcool em gel na entrada e saída e também em seu interior. Funcionários devem organizar eventuais filas, cuidando para que seja respeitado o distanciamento de um metro entre uma pessoa e outra, bem como, a presença simultânea de pessoas no local não pode exceder 20% da capacidade. Essas são algumas das determinações da portaria, que traz também outras exigências, cabendo ao proprietário ou responsável pelo estabelecimento cumprir e fazer cumprir as recomendações para prevenção da infecção por coronavírus elaboradas pelo Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo no ambiente de trabalho.
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