Nessa quarta-feira (13), alguns setores da Prefeitura já estavam esvaziados após a exoneração de 255 cargos providos em comissão na Prefeitura e do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae). Em entrevista ao Diário do Rio Claro, o prefeito Juninho da Padaria (DEM), enfatizou que, com isso, a grande prejudicada é a comunidade. “Serviços públicos municipais ficam comprometidos. Rio Claro vive uma triste situação, causada pela decisão dos vereadores de oposição. Todos os diretores municipais e quase todos os assessores das secretarias municipais foram exonerados, o que representa uma enorme perda na capacidade de organização e realização dos serviços”.
Juninho destacou, ainda que, vários serviços estão sem um diretor como o Procon, o Posto de Atendimento ao Trabalhador, o canil municipal, o aterro sanitário, o Atende Fácil. “O nosso projeto iria reduzir o número de cargos, trazer economia para os cofres públicos e garantir a continuidade de pleno funcionamento dos serviços municipais. Os vereadores que votaram contra este projeto votaram contra Rio Claro.”
Para o prefeito, a derrubada do projeto pelos vereadores de oposição, além de impossibilitar a correção dos erros no projeto de 2014 do governo anterior, fez com que a prefeitura ficasse esfacelada em sua estrutura administrativa. “Isto, insisto, é um prejuízo para a comunidade. Todos os 255 cargos simplesmente não existem mais e, portanto, neste momento não temos como recompor o quadro, o que representa perda na capacidade de gestão na administração municipal com reflexos direto nos serviços de atendimento à comunidade”, avaliou.
Sobre a atitude dos vereadores que não votaram os projetos de lei [Carol Gomes (Cidadania), Yves Carbinatti (PSD), Rogério Guedes (PSL) e Thiago Yamamoto (PSD)], Juninho diz que é um direito do legislador, entretanto, diz entender se tratar de um projeto que, como foi plenamente explicado, traria economia financeira, reduziria o número de cargos e garantiria a funcionalidade dos serviços públicos. “A ausência destes vereadores na hora da votação foi uma manobra extremamente política para prejudicar o governo municipal e que traz prejuízos a toda a comunidade. Nosso projeto também iria ampliar o número de funcionários de carreira ocupando cargos de confiança, numa valorização ao servidor público”, finalizou.
ESTRUTURA
Ao Diário, o vereador Julinho Lopes (Progressistas) explicou as consequências das exonerações para a estrutura burocrática da Prefeitura. De acordo com o legislador, o grande problema da não aprovação da reforma é que não há, agora, os cargos de direção que podem, legalmente, assinar documentos e prestar contas ao setores competentes. “Hoje, se houver uma exigência do Tribunal de Contas, por exemplo, não tem um diretor que possa assinar a documentação; hoje a prefeitura está parada”, comentou o vereador, que destacou ainda que a abstenção do voto praticada pelos quatro vereadores foi totalmente política. “A lei permite que eles não votem, mas foi uma questão totalmente política, fizeram isso a pedido dos presidentes de partido.”
GESTÃO
Para o vereador Hernani Leonhardt (MDB), a Prefeitura, assim como qualquer empresa, precisa ter uma gestão de seus processos e de pessoas que respondam por essas decisões. “Com a ausência dessas pessoas, abre-se uma lacuna que impossibilita o funcionamento adequado da máquina pública. Quem sofrerá as consequências disso é a população. A consequência é a paralisação imediata de serviços, processos administrativos e tomadas de decisão”, reforçou o parlamentar que disse que, em três anos e meio de mandato, nunca se abstive de votar. “A abstenção é sim uma prerrogativa do parlamentar, consta do Regimento Interno. Mas acredito que os eleitores que confiam seus votos querem saber a posição de seus representantes e para isso só existem duas opções: sim e não.”
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