O tal do HOME OFFICE
Esse estilo de trabalho tem crescido há muito tempo, porém, de um mês para cá, muitas pessoas se viram “obrigadas” ao tal do Home Office. Para quem está de fora pode achar que é moleza, mas olha, se adaptar à nova rotina não é nada fácil, conciliar tudo ao mesmo tempo, ou reservar o tempo para o trabalho que é o mais correto. Quando se tem criança em casa então, nem se fale. Mas muitas vezes elas são mais sábias que nós. Outro dia comentei com uma amiga que a quarentena bem que poderia ser sem internet. Digo pelo fato de tanta oferta de conteúdo e a maioria sem propósito e qualidade. Cabe a nós filtrarmos, claro, mas que dá vontade de abandonar dá sim. Quem mais se sentiu assim nesse período de quarentena?
Bom, retomando, ao dizer que queria ficar sem a internet. Meu filho João Lucca, de 5 anos, mais que depressa me interrompeu e disse: “Mas mãe se não tiver internet, você não trabalha”. Eu tive que concordar: “É filho, você tem razão, eu preciso dela e graças a Deus estou podendo desenvolver meu trabalho”.
Na coluna anterior falamos da importância de explicar aos filhos pequenos o momento de pandemia em que vivemos, o que é, o que causa e como se prevenir do Coronavírus. Aqui em casa vira e mexe eu menciono algo e meu filho já responde; “Quando o Coronavírus passar né mãe?” (risos).
Aliado a tudo isso temos que saber lidar com o trabalho dentro de casa e com as crianças que estão com o tempo livre e precisamos criar inúmeras alternativas para entretê-las. A parte mais difícil mesmo é explicar que, estou em casa, mas mesmo assim preciso trabalhar. Ele está em casa, mas não são férias. Dilema que não é só meu. Para ajudar a todos nós pais e responsáveis, a psicóloga Hellen Covre Trovó falou sobre o momento de enfrentamento e adaptação de uma grande maioria.
“Uma das maiores dificuldades relatadas nos atendimentos das últimas semanas, foi a de lidar com as crianças em casa durante o período de isolamento social. Muitos pais tem relatado dificuldades na organização do tempo trabalho/filhos, na imposição dos limites e estabelecimento das regras. O que eu tenho sentido é que o momento em que estamos vivendo tem potencializado ainda mais esses desafios, porque os pais também estão emocionalmente vulneráveis neste período. Trabalhar em casa não era a rotina de quase ninguém até dias atrás, ter que fazer isso conciliando com a presença dos filhos era impensável pela grande maioria. E ter que dar conta desta nova realidade lidando com as nossas ansiedades, medos e inseguranças acabam tornando as coisas mais angustiantes ainda. Por isso é importante o acolhimento do que nós estamos sentindo e também inserir nesta nova rotina momentos de auto cuidado, isso vai atenuar a sensação de angústia e vai tornar o momento mais ameno”, salientou a psicóloga.
OUTRA ORIENTAÇÃO
A profissional recomenda: “Nesta direção, importante estabelecer uma rotina, que orienta a criança sobre o que vai acontecer naquele dia. Dá previsibilidade e isso contribui para que elas se sintam mais seguras. Neste período de isolamento social é importante que as crianças saibam o motivo pelo qual elas estão em casa. Elas não estão de férias. Este momento vai exigir responsabilidade por parte das crianças e dos adultos. Uma conversa clara e honesta alinhada com uma rotina organizada pode aliviar e muito a pressão sobre os pais neste momento. A rotina pode ser reorganizada quantas vezes for necessário, até que se encontre o equilíbrio”, orientou a psicóloga Hellen Covre Trovó que também vivencia tudo isso na pele, como conciliar o trabalho em casa e outras atividades ao lado da filha Melissa, de 5 anos.