Depois de o Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ter enviado nota ao Ministério da Educação alertando que haverá suspensão das bolsas de pós-gradução e de programas de formação de professores no mes de agosto se for mantido o orçamento previsto para o órgão em 2019, o governo procura uma solução para o caso.
O ministro de Educação, Rossieli Soares, se reuniu nessa sexta-feira (3) com o ministro do Planejamento Esteves Colnago. Soares afirmou que que Michel Temer (MBD) garantiu que não haverá cortes no orçamento.
“Estamos em um momento de limitações. É um momento difícil que o Brasil tem atravessado na economia, que traz reflexos ao limite [teto de gastos]. Mas é uma prioridade para o governo buscar uma solução para a educação. O presidente Temer falou sobre não ter corte para as bolsas. O governo vai trabalhar nesse sentido, para garantir as bolsas que são hoje destinadas à Capes”, declarou Soares ao fim do encontro.
Soares afirmou ainda que os ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento estão elaborando estudos para serem apresentados a Temer e que na próxima semana uma decisão devew ser tomada.
POSIÇÃO
De acordo com o professor doutor César Donizetti Pereira Leite, professor Associado III do Departamento de Educação Unesp Rio Claro, a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) da União é um veto ao futuro. “As questões relativas aos cortes que o governo está propondo só podem ser respondidas quando também podemos pensar acerca de outra questão, que me parece tão relevante quanto esta.
A outra pergunta é: Que País nós queremos? Um governo que faz uma proposta como essa, certamente, acena para duas situações – a primeira é o veto para o futuro, esse governo está vetando o futuro desse país e o segundo aspecto, decorrente desse, é o da Soberania Nacional”, frisa.
O professor e ex-prefeito de Rio Claro, graduado em geografia com mestrado e doutorado pela USP, Cláudio de Mauro, enfatizou que o governo pretende reduzir a educação à elite. “Enquanto os países investem na formação de muitos cientistas e pesquisadores, o Brasil se dedica a restringir essa tarefa. Enquanto o Brasil deveria incentivar o aprimoramento de sua gama de cientistas, o governo ilegítimo quer reduzí-los ao elitismo de quem pode pagar por essa formação.
Essa é mais uma etapa do golpismo que entrega o pais para os interesses das corporações estrangeiras.
É mais uma etapa do Pais sendo descartado”, finaliza o professor.
ENTENDA
O Capes enviou nota ao Ministério da Educação alertando que, se for mantido o orçamento previsto ao órgão para 2019 (que faz corte de 12% em relação ao ano de 2018), haverá a suspensão das bolsas de pós-graduação e de programas de formação de professores no mês de agosto do próximo ano.