Eles estão cara a cara com o vírus e não têm como fugir, não têm como ficar em casa, ficar isolados. Faz parte do juramento profissional dessas pessoas que estão na linha de frente contra o inimigo: os profissionais da saúde. E como se prevenir, não adoecer e muito menos levar a doença para casa?
Uma das principais medidas dentro dos hospitais deve ser o uso de EPIs, que são os Equipamentos de Proteção Individual. Neles estão inclusos máscara cirúrgica, luvas, óculos ou protetor facial e roupas adequadas. “Todo profissional que atender os pacientes com suspeita de Síndrome Gripal deve usar EPIs e adotar as medidas para evitar contágio”, cita o Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com o documento, profissionais que fazem parte do grupo de risco devem ser afastados. São consideradas condições de risco idade igual ou superior a 60 anos, cardiopatias graves ou descompensados (insuficiência cardíaca, cardiopatia isquêmica), pneumopatias graves ou descompensados (asma moderada/grave, DPOC), imunodepressão, doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5), diabetes mellitus, conforme juízo clínico, doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica, gestação de alto risco.
Recomendação de afastamento laboral
Em caso de impossibilidade de afastamento desses profissionais, estes não deverão realizar atividades de assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome Gripal. Preferencialmente, deverão ser mantidos em atividades de gestão, suporte, assistência nas áreas onde não são atendidos pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome Gripal.
RECOMENDAÇÕES
Na linha de frente, além do receio de contrair a doença, outra preocupação toma conta: a de prevenir os familiares na volta para casa, após o turno de trabalho. Ao Diário do Rio Claro, uma enfermeira relatou que nem todos se preocupam. “Tudo depende da coordenação de cada equipe. Não usamos mais jaleco, nem nossas roupas, temos roupa privativa, pega de manhã e devolve na lavanderia, já era assim antes. Não podemos sair de dentro do hospital com essa roupa. Eu tomo cuidado, chego e casa vou direto para o banho, roupa pra lavar e sapatos fora de casa”, disse.
Em outro depoimento, uma profissional da limpeza disse que alguns ainda estão sem recebimento de máscaras, como as equipes de limpeza e motoristas. “No trabalho, no meu caso, não recebi máscara para trabalhar. Quando volto para casa, estou tomando os cuidados como tirar a roupa, coloco para lavar e vou direto para o banho”, relatou.
Uma médica, que mora junto com a mãe idosa, relata que não está voltando para casa, pois os profissionais que tem filhos pequenos ou parentes idosos estão dormindo fora. “Eu vou uma vez por semana e fico somente por duas horas e fico longe das pessoas. Meus colegas, ou dormem em hotel ou no próprio hospital.
Segundo apurou o Diário do Rio Claro, na ala de atendimento dos pacientes com suspeita de COVID-19 na Santa Casa – SUS, os profissionais passaram a utilizar macacões específicos e tomam banho no hospital antes de voltarem para casa.
Sobre os cuidados ao ir para casa, a Infectologista do Hospital Unimed Marlirani Dalla Costa Rocha ressalta que as recomendações são necessárias para todos os grupos. “Todas as pessoas, profissionais de saúde ou não, devem deixar sapatos e roupas em um local da casa demarcado como área suja, sempre que retornarem de uma atividade externa, principalmente se tiverem idosos no domicílio.
A seguir, limpe o solado do calçado com um produto de limpeza ou álcool e coloque as roupas para serem lavadas com sabão em pó e passe a ferro quando seca. Não esquecer de higienizar as mãos, isto é o mais importante. Com estes pequenos cuidados, você deixa o Coronavírus para o lado de fora do seu lar.
Orientações para uso de máscaras cirúrgicas
• Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca e o nariz e amarre com segurança para minimizar as lacunas entre o rosto e a máscara;
• Enquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la;
• Remova a máscara usando técnica apropriada (ou seja, não toque na frente, mas remova o laço ou nó da parte posterior);
• Após a remoção, ou sempre que tocar em uma máscara usada, higienize as mãos com água e sabão ou álcool gel, se visivelmente suja;
• Substitua a máscara por uma nova máscara limpa e seca assim que estiver úmida ou danificada;
• Não reutilize máscaras descartáveis; • Descarte em local apropriado as máscaras após cada uso;
• Troque de máscara quando ela estiver úmida ou quando o profissional atender na sala de isolamento.
Fonte: Ministério da Saúde / Foto: Divulgação