O paciente tem 40 anos, reside no bairro Vila Paulista, e está internado na UTI de um hospital particular de Rio Claro desde a sexta-feira (20). Em conversa com a reportagem do Diário do Rio Claro, o ajustador mecânico Denilson Pereira, que é irmão do paciente, explicou a atual situação. Ele chegou a fazer uma postagem na internet pedindo oração para a saúde do irmão, porém, segundo Denilson, um áudio feito por uma pessoa conhecida da família, com informações incorretas, viralizou nas redes sociais. “O áudio confirmava que meu irmão está com o Coronavírus, isso não é verdade. Em minha postagem, deixei claro que era suspeita, mas a pessoa que gravou o áudio aumentou a informação, dizendo ainda que eu teria levado meu irmão para o hospital e, na verdade, não fui eu”, disse Denilson.
Ele frisou que a única informação correta é que o irmão foi internado, está com pneumonia, porém, o resultado do exame, até ontem (23), não havia saído, portanto, sem confirmação para a doença. “O que tem de concreto é que ele está internado. O quadro dele está do mesmo jeito: nos aparelhos, na UTI, em isolamento, sem visitas. Só uma pessoa que tenha contato com médico para saber da saúde dele”, disse.
Denilson comenta que o irmão sempre teve boa saúde e nunca apresentou complicação de pulmão. “Sempre foi forte, nunca teve problema, por isso ficamos apreensivos. Vamos ver o resultado. Sete dias eu acho que é muito tempo para esperar”, avaliou.
Por precaução, Denilson também está em isolamento em sua casa, tomando todos os cuidados. Mas ele conta que não apresentou qualquer sintoma. “Estou isolado, sem presença dos filhos, mas estou fazendo minha parte. Estou fazendo pelas pessoas, porque não tenho certeza de nada. Precaução com todos, sem contato com ninguém.
Estou monitorando a questão de temperatura em casa, fazendo os testes de puxar ar no pulmão por alguns segundos e, graças a Deus, está tudo normal. Porque se der positivo, a gente evita de passar para alguém”, relatou.
FAKE NEWS
Denilson destacou a importância de não fazer compartilhamentos de mensagens sem saber a veracidade da informação. “O papel de vocês é importante para esclarecer, porque não está confirmado. O caso entrou como suspeito. Como está na UTI com pneumonia, é um agravante para o Coronavírus. Mas não temos certeza de nada e, na minha postagem, coloquei isso entre aspas, mas as pessoas pegam, fazem áudio e soltam do jeito que querem, cada um repassa como quer e distorce informação. Por isso que o trabalho de vocês é importante”, disse, salientando que o exame não estava pronto. “Começaram a mandar mensagem para a família inteira e é um momento difícil que estamos passando. Postei para pedir oração, porque há uma possibilidade”, declarou.
ISOLAMENTO DE PACIENTE COM GRIPE
O isolamento social é a principal arma para impedir os casos de Coronavírus e foi determinado para toda população para que fique em casa, exceto os que atuam em áreas essenciais e precisam continuar trabalhando, mas para a família da manicure Maria Barros, o isolamento tem sido mais rigoroso. Ela, o esposo e os dois filhos seguem as recomendações médicas à risca.
O filho, de 19 anos, é jogador de futebol, estava em São Paulo e apresentou sintomas como fraqueza, tosse e um pouco de febre desde a segunda-feira. O caso não é tratado como suspeita de Coronavírus, mas por conta da imunidade baixa do rapaz, a médica orientou o isolamento por dez dias. “Ela orientou para ficar em um quarto separado, tudo de uso pessoal é separado. Tudo que usa, ele passa álcool.
Eu utilizo luva para pegar prato, copo e talheres; passo água novamente, só aí coloco a alimentação dele. Roupa toda separada na máquina. Depois, faço a esterilização. Quando ele sai do quarto para ir ao banheiro, coloca a máscara”, relatou Maria, destacando ainda que, mesmo dentro de casa, estão conversando apenas pelas redes sociais para evitar o contato.
Maria destaca que tudo tem sido feito por prevenção. “Graças a Deus, não apresentou mais nenhum sintoma. É só um caso de gripe e não foi pedido exame do Coronavírus. A médica disse que se voltasse a ter febre ou apresentasse sintomas diferentes, era para voltar para o hospital, mas ele não teve mais febre e a tosse passou. Acreditamos que só foi uma gripe mesmo”, contou a manicure.
DIFICULDADE DE ENCONTRAR MATERIAIS
“Quando saímos do hospital, ficamos assustados. Nunca usei termômetro, porque meus filhos nunca ficaram doentes. Fui a três farmácias e não encontrava mais termômetro, não tinha álcool em gel, nem máscaras. Deu desespero. No outro dia, fui comprar luva, porque preciso usar para manusear as coisas dele e não achava.
Tem lugar que estava cobrando 30 reais uma caixa..Me coloquei no lugar de muitas pessoas que estão passando por isso. Você fica limitada, porque não tem o produto para usar dentro da sua casa”, desabafou.
Foto: Michael Schwenk