O coronavírus tem gerado extrema preocupação em todas as partes do globo. Os temores alusivos ao vírus aumentam a cada hora e as medidas cabíveis, sobretudo o isolamento social, se fazem vitais. Há rio-clarenses residindo em inúmeras partes do planeta e que estão vivenciando esta já histórica pandemia. Alguns deles mantiveram contato com o Diário do Rio Claro, como é o caso de Marielle P. Silva Stipanchevic, 33 anos, residente nos Estados Unidos, em Morrisville, a dez minutos de Raleigh, capital da Carolina do Norte. Ela explicou à reportagem que mora em uma região conhecida pelo “triângulo”, que abrange várias universidades – as maiores –, bem como grandes empresas de tecnologia.
De acordo com Marielle, desde a semana passada todas as universidades paralisaram suas atividades, pois, conforme relata, a ordem é explícita: ficar em casa. Apenas supermercados e farmácias encontram-se abertos e, mesmo assim, estão fechando mais cedo para que possam realizar uma minuciosa limpeza, além de efetuarem a reposição de mercadoria. Ela faz menção ao fato de haver, em supermercados, por exemplo, um número reduzido de pessoas, mas que já é possível constatar que algumas coisas estão em falta.
Com relação às grandes empresas, conta que liberaram todos os funcionários para que trabalhem em suas casas. “Não é para ir às empresas. Nem pode”, diz.
Marielle ressalta que tem observado que as pessoas estão respeitando as medidas impostas. “Tudo está fechado, as pessoas não estão saindo às ruas. O fazem somente quando necessário”, afiança. E confidencia que ela e o esposo não estocaram nada. Quando é preciso, vão ao supermercado. Confessa, por outro lado, que pretende não mais sair, mesmo que para o trivial.
Salienta que as universidades e empresas por ela mencionadas foram as primeiras a estabelecer que alunos e funcionários ficassem em casa. Por fim, explica que o sistema de saúde nos Estados Unidos é diferente. “Não há SUS e o recomendado é não ir à emergência, mesmo porque é caro, muito embora tenha sido liberado o teste para coronavírus gratuitamente.”
LONDRES
O Centenário também conversou com Luiz Ricardo Almeida, 36 anos, rio-clarense morador de Londres, Inglaterra. Ele relata que há poucas pessoas nas ruas e alguns itens básicos já encontram-se em falta nos supermercados e nos grandes shoppings. Quanto à recomendada quarentena, ajuíza que não está sendo seguida de modo adequado. “Tem algumas companhias, algumas empresas que ainda estão trabalhando. O transporte público segue em funcionamento, embora reduzido; os shoppings diminuíram a carga horária e estão fechando mais cedo, porém, prosseguem com as portas abertas”, descreve.
Sobre as orientações que foram passadas, menciona a manutenção da higienização e, aos que estão em casa, sair somente para o imprescindível.
Almeida diz que a maior dificuldade é com relação à incerteza, já que, de acordo com ele, não há respostas, uma vez que a cada instante, um novo pronunciamento vem à tona. “Muda uma coisa, para outra. Por exemplo: as crianças estão indo às escolas normalmente, mas hoje já estão fechadas. Portanto, a nossa maior dificuldade é não saber o que será do amanhã”, queixa-se.
Enfatiza que não há por lá um “cenário de guerra”, mas que a situação é preocupante. “São muitas pessoas morrendo e a cada dia o número aumenta. É preciso que se leve a sério e seguir à risca as determinações do governo. Penso que se as regras forem seguidas, em poucos meses o vírus deverá será exterminado”, finaliza.
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