Morando em Rio Claro há quase dois anos, a italiana Chiara Tedeschi Hebling reforçou o pedido das autoridades sobre a importância de permanecer em casa. Ela, que tem todos os familiares e amigos na Itália, destacou a situação caótica em que se encontra toda a Europa. “Todos os meus familiares e amigos estão lá, inclusive, tenho amigos na Espanha e na França. Um amigo médico que trabalha em Paris me fala de cenários de guerra. Na Itália, os médicos têm protocolo de tratar as pessoas com base na idade e expectativa de vida”, disse em entrevista ao Diário do Rio Claro.
Chiara, que está reclusa em casa junto ao marido, disse ter compreendido a importância do distanciamento social para evitar que a situação no Brasil se agrave. “Estou exausta tentando explicar o que está chegando, mas parece que as pessoas não entendem. O absurdo deste mundo global e virtual é que as notícias chegam em qualquer lugar do mundo em tempo real, mas a compreensão, não”, desabafou.
A italiana lembrou ainda que não é uma situação de pânico, mas, sim, de responsabilidade. Ela lembra ainda que se o Brasil não se precaver, os riscos são maiores, pois aqui há deficiências não encontradas na Europa. “Apesar de tomarmos bastante banho, aqui no Brasil há problemas que na Europa não tem: um território enorme a ser controlado, estruturas sanitárias insuficientes para o número de moradores, um número enorme de diabéticos alimentares, sem considerar o número gigante de pessoas que não têm um teto sobre a cabeça, ou cobertura sanitária – e não tem onde tomar banho”, completou.
EUROPA
O número de pessoas que morreram de coronavírus na Itália aumentou 475 em um dia para quase 3 mil – o maior aumento desde o surto. Há um total de 35.713 casos confirmados no país, com mais de 4 mil se recuperando com sucesso. A Lombardia, a região mais atingida, registrou 319 mortes em um dia. A Itália é o país mais afetado do mundo depois da China, onde o vírus se originou no ano passado. Pelo menos 8.758 pessoas morreram, a maioria na China.
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