Estamos em um mundo cada vez mais soterrado por dados. Sites na internet rastreiam todos os cliques, curtidas e tudo o mais de todo mundo.
Para tudo o que você faz na rede, tem uma espécie de subcamada de programas que coletam seu comportamento, suas preferências, palavras-chave em comentários, mensagens e muito mais.
Seu Smartphone, aí no seu bolso, está, neste momento, trabalhando a mil, sem que você perceba, registrando sua localização e sua velocidade e outros dados mais, a cada segundo, diariamente.
Criatividade, intuição e emoção sempre serão os ingredientes principais da criação publicitária. Mas num mundo atolado em informações e dados, outros ingredientes importantes já começaram a entrar nesta receita e o diferencial de boas ações de mídia passou a ser mais racional, analítico e assertivo.
E o bom é que ainda não há fórmulas prontas de como agir em meio a essas mudanças. Os estudos e ações são caso a caso. Quase todo mundo já conhece o pôster com Inteligência Artificial que exibe o anúncio a partir do reconhecimento facial das pessoas. Dentro deste novo universo é possível imaginar mil outras coisas em todos os níveis.
Bois e vacas no pasto são microchipados e usam pedômetros que enviam sinais para uma central onde cientistas de dados coletam e avaliam correlações entre pastagem, temperatura, distância percorrida do rebanho e sua engorda mensal, por exemplo. Mecanismos e novos modos para este rebanho são adotados para otimizar a produtividade.
Carros mais novos coletam hábitos de direção de seus motoristas, atletas amadores e profissionais usam também medidores de passos e sistemas que sempre registram os batimentos cardíacos, hábitos de movimento e padrões de sono.
Muitas e muitas empresas neste momento, grandes a pequenas, têm em seu quadro de funcionários os especialistas em “Data Science”, para coletar uma enormidade de dados sobre seus clientes e possíveis futuros clientes e elaborar relações que levem ao aumento das vendas, no melhor atendimento, no foco em determinados nichos de clientes. E também hospitais, governos, bancos, e tudo o mais.
Cientistas de dados têm, basicamente, o trabalho de extrair conhecimento organizado a partir de dados desorganizados.
E tudo isso é só a ponta do iceberg que o tal “Big Data” proporciona. Em 2016, a maior empresa de outdoors eletrônicos dos Estados Unidos instalou nas rodovias anúncios customizados. Com um programa embutido nos outdoors, usa dados coletados pela companhia telefônica junto a 130 milhões de celulares.
Assim, a empresa de publicidade sabe que tipos de pessoas estão passando de carro diante de seus outdoors às 18h30, por exemplo, numa sexta-feira. Desses, a partir dos dados, sabem quantos são fregueses habituais de McDonalds, por exemplo, ou quantos já assistiram a determinado filme. Assim, podem dirigir seus anúncios diretamente para essas pessoas.
Deste modo, se você é um usuário mediano e acessa ainda que de vez em quando a internet, ou até se recusa a ter uma rede social, um Smartphone, não se iluda. Empresas, candidatos, sites de compra online, e muito mais, já sabem muita coisa sobre você, que você nem imagina.
O fato é que, muito provavelmente, exista aí em sua empresa uma quantidade imensurável de dados que, para terem algum valor, precisam ser capturados, entendidos e categorizados para extrair os melhores insights disponíveis para estratégias certeiras de marketing. Estratégias de marketing mais inteligentes também devem abrir espaço para serviços mais personalizados. É, ao que parece, está acabando a era dos palpites em muitas das nossas atividades.