Um dos grandes vilões para o bom funcionamento do sistema de esgotamento sanitário é a interligação, ou seja, a mistura indevida e irregular da água de chuva na rede de esgoto.
A informação é da BRK Ambiental – responsável pelos serviços de coleta e tratamento de esgoto em Rio Claro – que, nesta temporada de chuvas mais intensas, alerta para um maior risco de ocorrências de vazamentos e retorno de esgoto na cidade. “O número de ocorrências nas redes de esgoto do município chega a ser quase 20% maior nestes períodos chuvosos”, informa o coordenador da equipe de Redes, Luís Henrique Batista Ramos.
A ligação irregular da água de chuva na rede coletora de esgoto causa o transbordamento dos poços de visita (local de acesso às tubulações de esgoto) e, consequentemente, aumenta a possibilidade de retorno de esgoto nas ruas e nos imóveis, tendo em vista a força e quantidade de água de chuva que entra na rede de forma incorreta.
O gerente de operações da BRK Ambiental, Alexandre Leite, esclarece que é importante os moradores de Rio Claro estarem informados sobre a ligação correta das águas. “As redes de esgoto foram projetadas para receber exclusivamente o efluente proveniente dos banheiros, pias e cozinha. Quando a água da chuva é direcionada para a rede coletora de esgoto, há o comprometimento do sistema de coleta e tratamento, assim como prejuízos para toda a comunidade local”, diz.
Essas ligações inadequadas – muitas vezes causadas por desconhecimento da população – são proibidas por lei e passíveis de punições. No Brasil, onde há grande volume de chuvas, especialmente neste período de verão, é proibido lançar água pluvial nos ramais de esgotos. No Estado de São Paulo, o decreto 5.916/75 determina essa regra. Por isso é necessário que os imóveis tenham duas saídas, separando assim a água da chuva dos esgotos gerados na residência.
Para orientar a população de Rio Claro sobre esse tema, a BRK Ambiental desenvolve um Programa de Vistoria Residencial. Desde que foi criado, há seis anos, mais de 30 mil imóveis, de 78 bairros do município, foram visitados e, em aproximadamente 10% deles, foram encontrados problemas, mas esse número é apenas um indicativo já que nem sempre os proprietários dos imóveis são localizados ou permitem a realização da vistoria. “É importante que todos se conscientizem da necessidade desse trabalho.
A BRK Ambiental está buscando prevenir problemas mapeando os locais com escoamentos indevidos e orientar os rio-clarenses dos prejuízos causados com lançamentos irregulares”, esclarece Leite. Equipes da BRK Ambiental, devidamente identificadas, percorrem casa a casa – em diferentes regiões da cidade – explicando o trabalho e realizando as vistorias no interior dos imóveis.
Durante as vistorias, a concessionária busca checar ralos e calhas e confirmar se a água de chuva está sendo enviada de forma correta para a galeria de água pluvial ou irregularmente para a rede de esgoto. Essa checagem é feita com o uso de corantes e por testes de fumaça. Caso a água de chuva esteja conectada à rede de esgoto, o morador recebe a orientação e tem até 90 dias para fazer as adequações.
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