Por fraude em licitações nas cidades de Mauá, Leme, Araras e São Sebastião da Grama, o atual prefeito de Cordeirópolis, José Adinan Ortolan (MDB), pode ter seu mandato cassado. Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, o político teria atuado junto a outras sete pessoas na fraude de processos licitatórios na área da educação em prefeituras comandadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Na época, Adinan também era filiado ao partido, assim como outros arrolados no processo, e possuía uma empresa para prestação de serviços de “treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial, serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas, outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas anteriormente”.
Segundo o processo ao qual o Diário do Rio Claro teve acesso, o esquema funcionava com o direcionamento do contrato, no qual os demais denunciados apresentavam valores acima do proposto pela empresa de Adinan, favorecendo o contrato do político, que também contava com auxílio de membros do setor de licitação das prefeituras.
Segundo a denúncia, “a investigação conjunta de todas as contratações ilícitas possibilitou demonstrar que os denunciados, cada qual com sua pessoa jurídica, ‘concorreram’ simuladamente nas licitações, tudo para que José Adinan sempre fosse o vencedor”.
Dentre os denunciados estão Márcio Aureliano De Farias, Rivelino Luiz Coelho, Osvaldo Eloy Nery Filho, Leonel De Arruda Machado Luz, Eduardo Monteiro Pacheco, Flávia Elizabeth Terossi Dias, Camila Cristina Brandi Mapelli. Os contratos foram realizados em 2013, na cidade de Mauá, no valor de R$ 78.982,00; na cidade de Leme, em 2014, no valor de R$ 74.800,00; em Araras, em 2014, no valor de R$ 77.000,00; e em São Sebastião da Grama, em 2015, no valor de R$ 54.700,00.
O processe exige a perda de cargos públicos de Adinan, assim como de Eduardo Pacheco, Flávia Elizabeth Dias e Camila Mapelli. Assim como, a reparação em favor dos municípios lesados no valor total de R$ 647.746,00.
MANDATO
Em nota ao Diário do Rio Claro, Adinan informou que esses fatos não têm relação com a Prefeitura de Cordeirópolis, nem representam processo relacionado ao município. Em nota foi informado que: “Trata-se de um processo que o prefeito tinha antes de ser eleito, que foi objeto de denúncia. O Ministério Público está fazendo o seu papel com relação a isso, que é de receber a denúncia e dar sequência às investigações.
O prefeito está tranquilo, pois alguns desses processos já foram arquivados pelo próprio Conselho do Ministério Público. Trata-se de fatos que são levantados para fazer parte do cenário político, uma vez que este ano teremos eleições municipais. O prefeito Adinan Ortolan está respondendo ao processo confiante, pois todos os serviços prestados foram muito bem executados”.
Foto: Diário do Rio Claro/Arquivo