Foi ainda na juventude que Ruy Monteiro de Barros começou a escrever. Sobre a idade certa, ele não se lembra, diz apenas que começou desde muito pequeno a ensaiar os primeiros versos de uma atividade que, no começo, se assemelhava a brincadeira de criança.
Os anos foram se passando e a vida profissional de Ruy tomou outros rumos, se formou advogado e trabalhou na área por muitos anos. Apesar das exigências do ofício, nunca deixou de escrever.
Ele conta que chegou a publicar vários livros de poesia e nunca deixou de escrever. Com a aposentadoria, os dois filhos formados, sobrou ainda mais tempo para se dedicar à escrita.
Alguns textos de Ruy podem ser conferidos nas embalagens dos Supermercados Quitandão, de Cordeirópolis. A novidade tem agradado aos fregueses e feito muito sucesso na região.
Ruy conta que o proprietário do supermercado que o convidou para colaborar. Algumas poesias foram selecionadas e estampadas nos sacos de papel.
“É uma forma de chegar a mais pessoas, é uma forma interessante de divulgação e, ao mesmo tempo, uma maneira de divulgar e incentivar a cultura, a leitura, principalmente, para os mais jovens”, ressaltou o escritor.
Na última semana, após ler uma reportagem do Diário do Rio Claro sobre o uso de cerol em pipas, Ruy esteve na redação do Centenário para entregar uma poesia escrita sobre a temática.
“É uma poesia que fala sobre a beleza das pipas, mas também alerta para o cuidado com as linhas de cerol, que podem ser muito perigosas”, alerta.
O Diário do Rio Claro publica a poesia de autoria do aposentado. Confira:
MINHA PIPA
No mês de Agosto
Quando o vento vem chegando
Eu já vou me preparando
Pra empinar meu papagaio
Se a professora me pedir
Faça um desenho
Eu me esforço, eu me empenho.
E desenho um papagaio
Enquanto isso a criançada bate bola
Faz do pátio da Escola
Seu campo de futebol
Eu me acomodo na mesinha da cantina
Tomando com a minha “mina”
Uma latinha de Skol.
E finalmente eu aproveito esta latinha
Pra enrolar a minha linha
Que estava no carretel.
Meu papagaio, vai agora virar pipa.
E vai ser a mais bonita
Junto às nuvens lá do céu
Nessas férias nós não vamos viajar
O meu pai tenta explicar
Que é por causa do apagão inflação
Eu digo a ele para não se preocupar
Com minha pipa no ar
Viajo com a imaginação
A minha pipa voa livre pelo espaço
Eu controlo ela no barco
Brilha como a luz do Sol
Se outras pipas provocarem travessuras
Faz volteios e faz firulas
Não preciso usar cerol.
De vez em quando
A minha “mina” me critica
Se, estou empinando pipa
Não é isso que ela quer
Ela sabe que está em primeiro lugar
Difícil é empinar
O coração de uma mulher.