Hoje (12), o Diário do Rio Claro relatará um pouco da trajetória de um artista de Rio Claro que se dedica à música que fala à alma, que nos arrebata: refiro-me a José Hartung Júnior, ou simplesmente Junior Hartung, filho de José Hartung e Maria Aparecida Polastri Hartung, nascido em Rio Claro no 27 de novembro de 1962.
Hartung atendeu à reportagem do Centenário e, de modo assaz gentil, prontificou-se a contar sua história.
Os primórdios
“Desde de menino, sempre fui inclinado a cantar músicas sertanejas e do Roberto Carlos. Com seis anos, gravei em um gravador de fita K7 uma música de Luizinho e Limeira, ‘O menino da porteira’. Sempre adorei ouvir esse gênero musical. Fui morar um tempo em um sítio, onde ouvia no rádio, no programa do Zé Bétio, as músicas que faziam sucesso, pois não havia energia elétrica, muito menos televisão. Dormíamos com luz de lamparina e ouvindo rádio de pilha na cabeceira da cama”, recorda-se o artista.
O desenvolver de sua arte
Mais tarde, com 12 anos, Hartung ganhou sua primeira viola, presente do senhor Rene Riggo, um amigo de seu pai e, daí para frente, foi amor para a vida toda. O sertanejo relata que foi aprendendo sozinho com os métodos que Tião Carreiro desenvolveu, até que teve a oportunidade de encontrar grandes violeiros, como Pardinho, da dupla Tião Carreiro e Pardinho, João Mulato, Goiano, Mazinho Quevedo e outros grandes nomes.
O despertar para a arte de compor
Posteriormente, quando teve oportunidade de participar do festival de música sertaneja “Viola de todos os cantos”, promovido pela emissora televisiva EPTV, Hartung se atentou para seu dom como compositor, oportunidade em que a dupla Jorge e José (Júnior Hartung e Jorge Pinhati) obteve, através de canções de sua autoria, prêmios quando dessa ocasião. O rio-clarense faz menção à canção que fez com que sua carreira mudasse de rumo. “A música ‘Tropa e boiada’ foi um divisor de águas em minha carreira, uma composição de Waldemar Reis e Júnior Hartung. Todavia, a dupla logo teve fim, com um disco em seu currículo”, rememora.
Alçando voo livre
Veio, então, a carreira solo. “Lancei meu primeiro DVD, intitulado ‘Júnior Hartung e viola de todos os encantos’, com a regência do maestro Agenor Ribeiro e produção de Rodrigo Sperandio, gravado ao vivo no Grêmio Recreativo da Cia Paulista. Foi um grande sucesso, em que revisitei clássicos sertanejos com orquestra e viola caipira”, relembra. Logo veio o segundo DVD, gravado no Centro Cultural “Roberto Palmari”.
Trabalhos recentes
“Meu mais recente trabalho é o ‘Júnior Hartung e orquestra’, que teve como palco de gravação novamente o Grêmio, e contou com participações ilustres: Ana Galvão, Padre Juarez de Castro, Renato Teixeira, Ângelo Máximo e Rebeka Hartung”, conta.
Quando do ano de 2018, gravou com outro grandioso nome do cancioneiro sertanejo: Sérgio Reis. Juntos, entoaram a canção “Caminhoneiro feliz”, de sua autoria, juntamente com seu companheiro Rodrigo Sperandio.
2020
Para este ano, Hartung confidencia que lançará um CD, que terá como título “Do meu jeito”, com clássicos como “Luar do sertão”, com a participação do coral lírico O mensageiro; “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, com a participação especial de Craveiro, da dupla Craveiro e Cravinho, declamando poesia de Alda Escher; e outras, como “Cavalo preto” e “Amizade sincera”.
A (autêntica) canção sertaneja
“A música sertaneja de raiz é parte de minha existência, parte do meu ser e da minha alma. Nasci cantando como um passarinho, sem ninguém me ensinar, dom enviado por Deus. Vivo feliz, levando meu humilde canto a todos os cantos, cumprindo a minha sina de levar alegria aos corações que precisam de um acalento. Sou grato a Deus por isso, à minha família, meus amigos, meu produtor, Rodrigo Sperandio, e todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para que pudéssemos alcançar nossos objetivos na carreira musical”, finaliza.