Estamos em um mundo cada vez mais soterrado por dados. Sites na internet rastreiam todos os cliques, curtidas e tudo o mais de todo mundo.
Para tudo o que você faz na rede tem uma espécie de subcamada de programas que coletam seu comportamento, suas preferências, palavras-chave em comentários, mensagens e muito mais.
Seu Smartphone, aí no seu bolso, está, nesse momento, trabalhando a mil, sem que você perceba, registrando sua localização e sua velocidade a cada segundo diariamente. Bois e vacas no pasto são microchipados e usam pedômetros que enviam sinais para uma central onde cientistas de dados coletam e avaliam correlações entre pastagem, temperatura, distância percorrida do rebanho e sua engorda mensal, por exemplo. Mecanismos e novos modos para esse rebanho são adotados para otimizar a produtividade.
Carros mais novos com coletam hábitos de direção de seus motoristas, atletas amadores e profissionais usam também medidores de passos e sistemas que sempre registram os batimentos cardíacos, hábitos de movimento e padrões de sono.
Muitas e muitas empresas nesse momento, grandes a pequenas tem em seu quadro de funcionários os especialistas em “Data Science”, para coletar uma enormidade de dados sobre seus clientes e possíveis futuros clientes e elaborar relações que levem ao aumento das vendas, no melhor atendimento, no foco em determinados nichos de clientes. E também hospitais, governos, bancos, e tudo o mais.
Cientistas de dados tem, basicamente, o trabalho de extrair conhecimento organizado a partir de dados desorganizados.
Já em 2012, a campanha que elegeu Obama presidente dos EUA empregou muitos cientistas de dados que escarafuncharam os dados recebidos por e-mail, em cadastros pelos sites de campanha, etc. Com esse trabalho experimentaram formas inéditas de identificar os eleitores que precisavam de atenção extra, ainda indecisos ou em busca de respostas mais detalhadas sobre Obama. Também elevaram a capacidade de arrecadar recursos de doadores e obtiveram votos onde provavelmente não teriam, não fosse o trabalho com os dados.
Apesar da enxurrada de fake news, desde 2012 é notório que as campanhas políticas mais bem-sucedidas se tornam cada vez mais dependentes dos tais dados, o que resulta em uma corrida desenfreada dos candidatos por Data Science e coleta dos dados.
E tudo isso é só a ponta do iceberg que o tal “Big Data” proporciona. Já em 2016, a maior empresa de outdoors eletrônicos dos Estados Unidos instalou nas rodovias anúncios customizados. Com um programa embutido nos outdoors, usa dados coletados pela companhia telefônica junto a 130 milhões de celulares.
Assim, a empresa de publicidade sabe que tipos de pessoas estão passando de carro diante de seus outdoors às 18h30, por exemplo, numa sexta-feira. Desses, a partir dos dados, sabem quantos são fregueses habituais de McDonalds, por exemplo, ou quantos já assistiram a determinado filme. Assim, podem dirigir seus anúncios diretamente para essas pessoas.
Deste modo, se você é um usuário mediano e acessa ainda que de vez em quando a internet, ou até se recusa a ter uma rede social, um Smartphone, não se iluda. Empresas, candidatos, sites de compra online e muito mais, já sabem muita coisa sobre você, que você nem imagina.
Ao que parece, acabou-se a era dos palpites, em muitas das nossas atividades.