Levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que um total de 343 agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar foram assassinados em 2018 quando estavam em serviço ou não. Dentre os 343 agentes mortos em 2018, grande parte (299) era PM. Também são maioria os casos de policiais assassinados fora do serviço, seja tanto em período de folga, como durante atividades externas: 256 agentes morreram quando não exerciam a atividade policial, enquanto 87 foram assassinados durante o serviço.
Segundo o Anuário, “o fato de serem policiais e estarem armados faz destes profissionais vítimas em potencial de delinquentes que, seja na busca por vingança, seja no pagamento de dívidas com o crime organizado ou mesmo na busca pela sua arma, atacam estes profissionais, o que ocorre exatamente no momento em que estes se encontram de folga, portanto, sem a suposta proteção da farda, da viatura ou de seus colegas”.
FOLGA
O Anuário aponta ainda que as mortes de policiais durante a folga, na maioria das vezes, não são reconhecidas pela instituição. Isso faz com que a família, por exemplo, não receba nenhum tipo de indenização pelo assassinato.
Colegas de profissão lamentam o ocorrido
“Ver um parceiro naquela situação foi bastante triste. Tivemos que controlar a emoção e surgiu força física além do normal para carregá-lo até a viatura. Sabíamos que se ele ficasse ali não daria tempo de socorro, teria morrido na hora. Fizemos de tudo para salvá-lo”, declarou o GCM Maurício, que socorreu o policial ao lado do parceiro de equipe, GCM Botelho.
IRMÃO DA VÍTIMA
O irmão do policial chegou a ver a vítima caída ao solo logo após ser baleada e ajudou a socorrer o policial. “Ele estava em um posto que fica bem próximo da residência e ouviu os disparos. Por ter um irmão policial, foi verificar e, quando chegou, já o viu baleado”, disse uma testemunha.
NOTA OFICIAL
Durante a tarde, diante de questionamentos e informações divulgadas em redes sociais, a Secretaria de Segurança de São Paulo, por meio da Polícia Militar, emitiu um comunicado oficial.
“É com enorme pesar que informamos que, na noite de ontem terça-feira, o Cabo PM Luis Fernando Bortolotti Garcia, pertencente ao efetivo do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), do 3º Batalhão de Polícia Rodoviária, foi alvejado por dois disparos de arma de fogo, um na cabeça e um no pescoço, após sair de serviço e dirigir-se à sua residência. O policial conduzia uma motocicleta e estava abrindo o portão da garagem, quando foi surpreendido por dois indivíduos.
Socorrido à Santa Casa, chegou com vida e foi estabilizado, porém, o último boletim médico da data de hoje [ontem] informa que o policial não apresenta atividade cerebral. A sedação está sendo retirada aos poucos, havendo a necessidade de aguardar um período de 24 horas para a próxima avaliação.
O momento é de muita tristeza, espera e apoio à família que, junto com o Comando do Batalhão, solicita que haja respeito e seja evitada a disseminação de notícias que não condizem com a realidade”.