Jogando com as palavras I
No site da prefeitura, li um título de um texto que dizia: “Prefeitura vai investir R$ 1 milhão na reforma e ampliação da UPA da 29”.
No corpo do texto, a explicação de onde vem o dinheiro para as obras anunciadas na UPA da 29: “A verba de R$ 1 milhão para investimentos na obra foi obtida com apoio dos vereadores Carol Gomes e André Godoy, presidente da Câmara Municipal. São R$ 500 mil oriundos de emenda parlamentar do senador José Serra, por intermédio de Carol Gomes, e R$ 500 mil da Comissão de Seguridade do Ministério da Saúde a partir de articulação do presidente André Godoy. “Acredito muito na força das parcerias e que, trabalhando juntos, podemos melhorar e ampliar os serviços públicos, como será feito na UPA com as melhorias que serão realizadas”, destaca Andre Godoy”.
Moral da história: o dinheiro vem de emendas parlamentares e tem destinação certa, não podendo ter outra destinação. Assim sendo, a Prefeitura não vai investir NADA, a não ser executar a obra, e esperamos que o faça bem feito.
Essa técnica de jogo de palavras é muito utilizada nos meios políticos, principalmente em época quando se aproximam eleições.
Infelizmente, muitos acabam lendo só os títulos de textos e se iludindo com OBRAS maravilhosas.
É bom salientar que essa técnica não é particularidade dessa administração. TODOS os políticos, indistintamente, se utilizam dessa técnica. É o famoso “me engana que eu gosto”…
Jogando com as palavras II
Em 2020, mais exatamente daqui a um ano e 37 dias, haverá eleições municipais, então a tática do “me engana que eu gosto” aparecerá constantemente na mídia local.
Em outro release vindo da Prefeitura Municipal de Rio Claro, mais um exemplo da tática:
“Juninho ressalta parceria entre prefeitura e empresas na geração de empregos”, este é outro título de matéria vinculada no site da prefeitura.
No decorrer da leitura do texto, a única parceria que vi foi que a “prefeitura vem trabalhando para diminuir a burocracia administrativa e agilizar os processos”, conforme palavras do prefeito. Ele também citou o Proderc, que é um projeto que funciona no município há décadas e que sempre é contestado pela falta de fiscalização.
As obrigações das empresas, principalmente no que diz respeito à criação de postos de trabalho, nem sempre são confirmadas, e nem por isso elas sofrem alguma cobrança por parte do governo municipal.
Já ouvi, inclusive de políticos que participaram diretamente de assinaturas de Prodercs, que esse programa é só para inglês ver e para que muitas empresas usufruam dos incentivos por ele oferecidos.
Portanto, mais um jogo de palavras onde a participação da administração pública é ínfima e a propaganda eleitoral é visível…
Enquanto isso…
Os buracos na cidade continuam; a escuridão em alguns trechos da cidade continuam; medicamento nas farmácias da rede municipais em falta; filas imensas nas unidades de urgência e emergência; filas imensas para cirurgias de média e alta complexidade fazem parte do cotidiano rio-clarens