Dizem que a mentira repetida por várias vezes acaba virando uma verdade. Eu não concordo, mas. Vejam que durante sua campanha o atual prefeito Juninho da Padaria jurava que iria revogar a Lei que instituiu a famigerada Taxa de Iluminação. Nós dizíamos à época, que isso seria impossível e o prefeito e toda sua equipe também sabiam, mas insistiram. Pois bem, na sessão camarária da última segunda-feira (16), houve discussão, sem qualquer pudor, entre um vereador que votou a favor da tal taxa e outro que defende o prefeito.
Aquele que votou a favor da taxa, cobra um posicionamento do prefeito, no que ele está certo já que promessa tem que ser cumprida, pelo menos foi isso que meus pais me ensinaram, que mentir é muito feio. O outro, sai em defesa do prefeito, dizendo que o vereador acusador é um oportunista e que estaria usando o plenário como palanque político, no que também está certo, já que 99% dos vereadores fazem isso mesmo (quatro anos de palanque eleitoral).
Então! São VERDADES que se tornam MENTIRAS. A isso tudo, costuma-se dar o nome de hipocrisia. E é geral, os dois lados estão sendo hipócritas. Para o vereador que não sabe o que é hipocrisia, aí vai uma de suas definições: “ato ou efeito de fingir, de dissimular os verdadeiros sentimentos, intenções; fingimento, falsidade”. Bem pertinente ao contexto…
Aliás a mentira tem perna longa…
O meu companheiro de trabalho Lourenço Favari, em sua coluna Camarária Part2, lembrou-me de mais um fato, mais uma eleição vencida na base de uma mentira. Então comecei a lembrar algumas delas. Vou ficar aqui só nos três últimos prefeitos eleitos, senão não vai haver espaço em um página inteira. Primeiro foi lá em 2004.
Lembram-se? Nevoeiro, durante a campanha foi a um cartório e registrou documento dizendo que não mexeria na estrutura do DAAE e não privatizaria a autarquia. Pois bem, deu no que deu. As operações do DAAE foram repassadas 50% à Odebrecht (à época), dizem as más línguas que a outra metade também seria repassada, mas acho que era outra mentira.
Depois, em 2008, veio a campanha do Altimari, que também prometeu o impossível: “cancelar o contrato com a Odebrecht, como se aquela empresa fosse uma boca de porco qualquer. Agora veio a campanha de 2016, onde mais uma vez, jogando com a ingenuidade dos eleitores (na sua maioria), usou-se a famigerada Taxa de Iluminação como tema de NOVA MENTIRA. E, podem ter certeza, em 2020, uma nova mentira será contada, contada, contada… E depois de certo tempo ela se tronará uma VERDADEIRA MENTIRA…
Consertar a estrutura…
Mais uma do meu colega Lourenço Favari: “Uma casa não se começa pelo teto”, ao se referir à falta de segurança nas unidades de saúde da rede municipal. Verdade, como ele mesmo diz, é preciso pensar sim na segurança dos servidores, mas junto deve-se dar estrutura para que os mesmos trabalhem e ofereçam qualidade no atendimento.
Equipamentos, medicamentos, capacitação, respeito (principalmente) é o que precisam os servidores municipais para exercerem com dignidade a sua função. Se forem só colocar homens armados nas portas das unidades de saúde e continuarem a desrespeitar e a perseguir (politicamente) os servidores, corre-se o risco de haver um tiroteio por semana. Profissionalismo, em primeiro lugar, não é mesmo senhores?!…
Tiro no pé…
Alguns legisladores (se é que podemos chamar assim certos vereadores) estão, como se diz no popular, metendo os pés pelas mãos. Defender o prefeito no que diz respeito à famigerada Taxa de Iluminação é, simplesmente, assinar um atestado de incompetência perante a comunidade rio-clarense. E o pior é que essa defesa está vindo até de onde não se esperava. Será que é o poder transformando o homem, ou a mulher?!…
Por Eduardo Socrates