Foram horas de tensão até que as vítimas do sequestrador foram liberadas sem ferimentos em uma ação na manhã dessa terça-feira (20), no Rio de Janeiro. No total, 37 pessoas foram feitas reféns do sequestrador identificado como Willian Augusto da Silva, de 20 anos.
Era por volta das 5h10 quando ele entrou no coletivo como um passageiro normal, pagou a tarifa e, segundo as informações do caso, estava tranquilo e seguiu em pé até entrar na Ponte Rio-Niterói. Em certo momento, mandou o motorista encostar o veículo. Foi quando os passageiros perceberam que estava armado e tinha uma garrafa PET abastecida com combustível.
Após quase quatro horas de negociações, a ação teve fim com a morte do sequestrador. Os trabalhos contaram com diversos profissionais de segurança e pelo menos três atiradores de elite, chamados de snipers, se posicionaram estrategicamente para impedir a ação do indivíduo.
Willian foi baleado e morto por um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope) às 9h04, após quase quatro horas de sequestro. A polícia agiu após Willian descer do coletivo e arremessar um casaco.
Quando ia subir a escada para reembarcar, ele foi baleado. Ele morreu com seis perfurações, indica uma primeira análise da perícia. Os tiros causaram ferimentos no antebraço direito, na perna esquerda, no braço esquerdo e no tórax (duas vezes). Posteriormente, foi verificado que o sequestrador estava com um simulacro de arma de fogo.
O desfecho repercutiu e foi avaliado. “A técnica policial militar foi aplicada de maneira correta, dentro do mais apropriado profissionalismo. Essas avaliações são feitas por equipe muito especializada e treinada exaustivamente. Essas unidades policiais são extremamente competentes. Existe doutrina pacífica sobre as fases de desenvolvimento das ações nessas ocorrências”, destacou o Major aposentado da Polícia Militar João Carlos Sanchez.
Para o Major aposentado da Polícia Militar, a sociedade de bem foi defendida. “Infelizmente é uma vida que se perde. Mas são escolhas. Ele escolheu esse caminho. Penso que é o certo. As vidas úteis e a sociedade devem ser preservadas. E o foram”, observou.
Ele destaca o equilíbrio e a estabilidade emocional dos profissionais. “O preparo dessas equipes é muito grande. Os homens que as compõem são escolhidos entre os mais capazes”, declarou.
Nas ruas, a avaliação não foi diferente. “Eu acredito que não dava mais para esperar e os policiais são preparados para isso”, informou o analista de sistema Roberto Oliveira.
A dona de casa Marli Souza disse que acompanhou desde muito cedo pela TV os momentos. “Da minha casa, fiquei nervosa, imagina quem estava lá? Claro que a gente fica triste, porque é uma vida, não torço pela morte, mas foi uma consequência dos seus atos”, avaliou.
O auxiliar geral Josias Santos lamentou, porém, não discorda dos procedimentos. “Dá medo, não sabemos o que o homem seria capaz de fazer, é triste uma morte, mas as demais vidas foram salvas”, relatou.
No fim do dia, em entrevista coletiva transmitida pela internet em sua rede social, o governador do Rio de Janeiro, declarou: “Me solidarizo com as vítimas do ônibus sequestrado e parabenizo a Polícia Militar do Rio de Janeiro e demais órgãos envolvidos na ação.
Lamento a morte ocorrida e fico feliz com as 37 vidas salvas. Tivemos que utilizar atiradores de elite para neutralizar e abater alguém que estava colocando em risco dezenas de pessoas num ônibus. A Polícia Militar tomou a decisão porque é o órgão capacitado para decidir o que fazer naqueles momentos cruciais”.