Atualmente, os idosos estão vivendo mais. Em razão disso, não é incomum – muitas vezes por residirem sozinhos – ficarem boa parte do tempo sem companhia alguma, inclusive, sem àqueles que lhe são mais essenciais: os entes mais próximos. Além da solidão, problemas relacionados à saúde tornam-se mais evidentes e, por consequência, o temor da morte, entre outros fatores, o que pode vir a desencadear uma depressão.
O Diário do Rio Claro, com o desígnio de aprofundar neste assunto e, por decorrência, prestar serviço, conversou com Valderez Guilherme Marques, psicóloga com especialização em saúde mental.
Depressão: definição
À reportagem, a especialista explica que a depressão é uma doença que produz alteração do humor, tendo como característica principal uma tristeza profunda, forte sentimento de desesperança, gerando sintomas que devem ser observados e vistos como importantes quando manifestam-se consistentemente por um período razoável de tempo. “A pessoa se vê afogada e paralisada diante de problemas nem tão significativos, aliados a uma baixíssima proatividade”, expõe.
Idosos
De acordo com Valderez, a depressão tem sido um assunto constante na vida do ser humano, porque ela vem acometendo as pessoas em várias idades. No que diz respeito à pessoa idosa, a profissional salienta que pode ser reavivada em momentos de mudanças, quando aposenta-se; quando quer desenvolver alguma atividade que antes conseguia fazer mais facilmente e agora sente grande dificuldade; quando percebe que suas opiniões já não são pedidas como eram antigamente; quando escuta que será difícil entender sobre o assunto, pois exige conhecimento atualizado; sonhos não realizados e, certamente, quando se vê só diante do mundo: filhos que moram fora, falecimento do cônjuge, distanciamento de colegas e amigos do serviço e do seu dia a dia, medo da morte.
“A solidão e inutilidade são contingentes que agravam muito a situação depressiva em que se encontra, levando-o à prostração, que não o deixa reagir frente a essa debilidade. Por isso, é de grande importância a família, amigos e comunidade buscarem orientação para o que o idoso vem apresentando, não encarando a situação com banalidade. Fato que, se ocorrer, poderá agravar-se e piorar muito o quadro, levando-o, muitas vezes, à morte”, alerta a psicóloga.
Amparo
Conforme norteia Valderez, a orientação psicológica, psiquiátrica, sem descuidar das questões físicas, são desejáveis neste caso, onde uma terapia e a necessidade de administração medicamentosa ajudarão a identificar seu estado e, consequentemente, buscar autoconfiança, energias interiores para ajudá-lo a pensar em “saídas” para melhorar sua vida. “Caminhos que ele próprio irá traçar ou será estimulado para trazer a segurança e a paz tão almejadas nos dias atuais”, salienta.
A especialista enfatiza que, de qualquer forma, seja qual for a situação da pessoa idosa, deve-se animá-la, mostrando-lhe que seu papel na sociedade pode ser de grande valor e utilidade. “Que o trabalho de um ser humano não se limita ao que materialmente possa oferecer.
A presença humana, seja na pior das circunstâncias físicas, pode trazer aos outros a maior das riquezas: o testemunho do verdadeiro e autêntico sentido da vida. Estimulando esta conclusão, veríamos surgir uma pessoa nova, capaz de enfrentar qualquer situação”, finaliza Valderez Guilherme Marques.