A morte do jovem de apenas 27 anos foi registrada na quarta-feira (10), em Rio Claro. A informação de que a causa foi meningite bacteriana foi confirmada por um familiar. Segundo ele, é o que consta no atestado de óbito. O rapaz, morador do bairro Bonsucesso, estava internado no Pronto-Socorro, porém, não resistiu. Ao Diário do Rio Claro, o parente relatou o caso. “Ele começou a passar mal na terça, foi para a UPA, sendo transferido para a Santa Casa, onde foi entubado. Infelizmente, morreu na quarta-feira”, contou.
O familiar relatou ainda que o rapaz começou a sentir muita dor de cabeça. “Chegou uma hora que ele começou a pôr sangue pela boca, pelo nariz, rangendo os dentes e a pressão foi para 20”, disse.
Esta seria a oitava vez que o jovem teve meningite. “O médico disse que foram oito vezes. Na última, ele tinha 15 anos, ficou sem sequela nenhuma. Tinha uma vida normal, mas esta foi muito forte e ele não aguentou”, relatou.
A Vigilância Epidemiológica aguarda resultado de exame do Instituto Adolfo Lutz para identificar o tipo de bactéria que causou a meningite.
OUTRO CASO
Embora não haja a confirmação oficial por parte da secretaria de Saúde de Rio Claro, no dia 20 de junho um menino de nove anos também faleceu na cidade com suspeita de meningite. Ele começou a passar mal dois dias antes da morte e sentia fortes dores de cabeça.
Na época, a Fundação Municipal de Saúde comunicou, por meio de nota, que o setor de vigilância epidemiológica do município foi comunicado sobre o óbito e acompanhava o caso. Afirmou ainda que, por prevenção, os familiares e demais pessoas que tiveram contato com o paciente receberam medicação no bloqueio realizado pelo hospital e pela Secretaria Municipal de Saúde, uma vez que a suspeita da causa da morte seria meningite.
Pessoas ligadas aos familiares confirmaram que o menino teria falecido devido à doença.
A Vigilância Epidemiológica de Rio Claro ainda não tem análise conclusiva.
A DOENÇA
De acordo com o Ministério da Saúde, a meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, ou também por processos não infecciosos como, por exemplo, medicamentos e neoplasias. Entre os agentes infecciosos, as meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e clinico, devido a sua magnitude, capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade.
Em nosso país, a meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. Meningites bacterianas são mais comum no outono-inverno, ao passo que, das virais, na primavera-verão.
Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes, há outros sintomas, como: mal estar, náusea e vômito.
A transmissão é de pessoa para pessoa através da via respiratória por gotículas e secreção nasofaríngea. Uma parte da população (em torno de 10%) pode ter a bactéria na sua orofaringe sem ter sintomas ou doença, sendo chamados de ‘portadores assintomáticos’ e transmitindo para outras pessoas.
O risco de adoecer declina com a idade, e as crianças menores de cinco anos são as que têm maior risco de adoecer e de ter quadros mais graves.
O diagnóstico deve ser feito o quanto antes para evitar sequelas e levar à cura. A doença é diagnosticada por exames de sangue e coleta do líquor (líquido presente na espinha vertebral) e vão identificar o tipo e o tratamento que deve ser feito. As Meningites bacterianas são consideradas as de maior gravidade.
No caso da Meningite viral, em geral o restabelecimento do paciente se dá por completo.
VACINAÇÃO
A rede pública tem disponível a vacina contra a Meningite C, embora existam, também, imunizações para outros tipos. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a vacina meningocócica conjugada ACWY, que protege contra esses quatro tipos, porém, disponível apenas na rede particular. A vacina meningocócica tipo B disponível apenas na rede privada custa em média R$ 600.00.
Nas crianças, as doses devem ser dadas aos três e cinco meses ou aos três, cinco e sete meses de vida, com três reforços: entre 12 e 15 meses, entre quatro e seis anos de idade e aos 11 anos.