O estudante Luan Henrique de Oliveira, de 22 anos, nem imaginava a repercussão após concluir o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso Técnico da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Armando Bayeux da Silva, em Rio Claro. No total, foram 14 trabalhos orientados pelo professor de Eletroeletrônica e Eletromecânica Eduardo Lima. Entre eles, está o do Luan de Oliveira, que desenvolveu uma pulseira que identifica obstáculos em ruas e calçadas e que poderá ajudar pessoas com deficiência visual a ter mais autonomia na mobilidade urbana.
O aparelho é utilizado no pulso oposto ao da bengala e foi programado para alertar os usuários da presença de placas, telefones públicos, portões automáticos em movimento, até dois metros de distância, e possui quatro tipos de vibração para avisar o usuário de que está se aproximando de algum obstáculo. “Sempre gostei bastante dessa área da tecnologia em prol da humanidade e foi um prazer fazer um projeto de acessibilidade.”
Foram, em média, dez meses de orientação. “Gosto de trabalhos de automação e inserção social. Sempre incentivamos projetos que facilitem a vida, a autonomia e melhorias para as pessoas, tudo com segurança e respeito ao próximo”, destacou o professor.
Durante todo o processo, o estudante, que concluiu o segundo curso técnico, esbarrou em alguns obstáculos, um deles a falta de recursos financeiros, nem por isso ele desistiu. “Por exemplo, a confecção da pulseira eu gostaria de ter feito em impressora 3D, mas não consegui, então a pulseira é um relógio antigo que eu desmontei, tirei todo circuito de dentro dele, consegui acoplar o meu, fui buscando recursos que eu tinha disponíveis para conseguir montar um protótipo funcional”, explicou.
O deficiente visual e colunista do Diário do Rio Claro Paulo Meyer foi um dos que participou dos testes e apoiou o trabalho de Luan e declarou ter sentido muita segurança ao utilizar o equipamento. “Ele me ajudou muito com o projeto, com os parâmetros e os conselhos. Está sendo muito bom, para mim, poder divulgar o trabalho e os deficientes visuais avaliando como sendo realmente positivo, isso é engrandecedor”, agradeceu o estudante.
O próximo passo é buscar ampliar o projeto e conseguir colocar no mercado. “Eu busco agora aprimorar a pulseira. Investidores e patrocinadores que tiverem interesse vão ajudar muito para fazer a patente do projeto e buscar melhorias tanto no design, quanto na alteração de alguns componentes eletrônicos dentro da pulseira”, relatou Luan.