Um alívio. Foi assim que se expressou a dona de casa Ana Maria Gonçalves Gomes, de 38 anos, após receber alta da UTI e ir para casa. Segundo ela, os médicos afirmaram que a paciente estava com dengue. “Ele me disse que o valor das plaquetas estava muito baixo e que eu estava com dengue hemorrágica. Fui direto para UTI”, contou ao Diário do Rio Claro.
Ana Maria começou a sentir os sintomas na sexta-feira (31), com dores no corpo e nas costas, mas sem febre, então acreditou que estava apenas com uma gripe e não foi para o hospital. E foi somente na madrugada de terça-feira (4) que foi procurar atendimento. “Era de madrugada, acordei e minha boca estava com coágulos de sangue e eu estava também com hemorragia, fiquei desesperada. Meu marido me levou imediatamente para o hospital”, disse.
Ela foi atendida no hospital onde tem convênio. Os médicos realizaram imediatamente o hemograma e constataram as plaquetas muito baixas, com nível de oito mil, sendo que o valor normal de plaquetas no sangue do adulto é, em média, de 150 mil a 350 mil por microlitro de sangue. “Eles, em seguida, repetiram o exame e de oito foi para três mil. Eles me deram a notícia e falaram que eu ia direto para a UTI. Fiquei muito assustada”, relatou.
CAMPANHA
A família de Ana Maria chegou a fazer uma campanha para doação de sangue, que foi divulgada pelo Diário do Rio Claro. A resposta foi positiva.
“Eu agradeço muito ao Diário e todas as pessoas que se sensibilizaram e foram doar. Assim como eu, muitas pessoas precisam e o banco estava com baixa”, disse Ana Maria, que agora está em casa em repouso. “As plaquetas subiram e estavam em 102 mil. Graças a Deus, o pior já passou”, salientou a paciente.
Uma outra vítima também relatou o drama que viveu após manifestar os sintomas. Ela foi internada no dia 11 de maio em um hospital particular e ficou na UTI por três dias. “Tive dengue hemorrágica, mas o pior passou”, comentou a mulher.
DENGUE
A jovem Rayssa Guilherme também teve dengue e com uma complicação. “Não foi hemorrágica, mas tive hemorragia na vesícula e precisei ficar internada. Como a dengue foi forte, baixou muito minha imunidade e minhas plaquetas”, relatou.
Com a complicação, a jovem teve que tomar seis bolsas de plaquetas. “Foi horrível. Ainda dói um pouco a vesícula, porque está inflamada”, contou.
Ela diz ainda que também pensou que fosse apenas uma gripe e quando percebeu era dengue. “Eu comecei a ficar mal na sexta à noite, fiquei com febre, no sábado eu fiquei mal de novo, tomei remédio e melhorei, passei o domingo bem, segunda ainda ruim e na terça cedo eu fui para o hospital. Só fui descobrir na terça e fiquei internada uma semana.”
MORTE
A Secretaria Municipal de Saúde de Rio Claro confirmou na quinta-feira (6) uma morte por dengue. A vítima contraiu a doença no município, tendo falecido na segunda quinzena de maio. O setor de Vigilância Epidemiológica confirmou o óbito após receber resultados de exame do Instituto Adolfo Lutz. A cidade conta com 534 casos de dengue. Dos casos registrados até agora, 519 são autóctones e 15 são importados, ou seja, contraídos fora do município.
MUTIRÃO DA DENGUE
Os bairros Recanto Paraíso e Jardim Panorama, em Rio Claro, recebem neste sábado (8) mutirão de combate à dengue. Os mutirões acontecem semanalmente no município, integrando os esforços da prefeitura para prevenir a dengue.
Com o apoio do caminhão cata bagulho, agentes estarão das 8 às 13 horas percorrendo os bairros para eliminar possíveis criadouros do Aedes aegypti e orientar a comunidade.
“Pedimos à população que coloque na calçada logo pela manhã os itens a serem descartados, facilitando o trabalho das equipes”, orienta Diego Reis, gerente do Centro de Controle de Zoonoses. Só neste ano, mais de 20 toneladas de materiais foram recolhidas nos mutirões.
“As equipes ainda encontram criadouros nas residências, por isso novamente chamamos a atenção da comunidade para a importância de eliminar os recipientes que possam acumular água e estar sempre de olho nos locais que possam ser usados pelo mosquito para se reproduzir”, observa Maria Júlia Guarnieri Baptista, chefe de núcleo de endemias do CCZ.