A Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (Acirc) realiza nesta terça-feira (28), às 9 horas, em sua sede, uma reunião com o comércio de alimentação do município. O motivo, conforme informado pela entidade, é explicar aos comerciantes sobre a nova empresa que vai gerir o cartão de alimentação dos funcionários da prefeitura.
“A empresa não possui rede de fornecedores em Rio Claro, então ela está procurando os empresários e propondo cobrar taxas exorbitantes. O percentual da taxa cobrada pela nova empresa é para suplantar o desconto que ela deu para a prefeitura”, informou em nota.
Clóvis Delboni, gerente Executivo da Acirc, disse à reportagem do Centenário que a empresa que vai administrar o serviço, a BIQ Benefícios LTDA., abriu mão da taxa de administração e ainda deu mais 6% de desconto no valor do contrato anual, previsto em R$ 16.848 milhões. Com isso, a prefeitura vai gastar apenas R$ 15.835.435,20 por ano com o benefício para o funcionalismo.
Delboni critica esse contrato por entender que a empresa vencedora do certame vai repassar o percentual para o empresário rio-clarense. “Não queremos que o nosso associado, o empresário de Rio Claro, pague uma conta que não é dele”, comenta.
Ele disse que se reuniu com o secretário de Administração, Jean Scudeler, para relatar a situação do empresariado. “Ele informou que é legal, mas acreditamos ser imoral com o empresariado, que já paga tantas taxas”, opina.
OUTRO LADO
Por outro lado, o secretário de Administração, Jean Scudeler, enfatizou à reportagem que é obrigação do município contratar empresas que ofereçam mais benefícios para a prefeitura. “Do valor total de cada cartão alimentação, o poder público vai repassar 6% a menos, portanto, uma economia de R$ 1,3 milhão ao ano para a cidade”, destacou ao reforçar que para o servidor o valor do benefício é repassado integralmente e não tem relação com o desconto concedido pela empresa à prefeitura.
Scudeler afirmou ainda que em cinco anos, período contratual, a mudança vai gerar quase R$ 8 milhões de economia aos cofres públicos, considerando os reajustes anuais. “A lei de licitação exige que o município faça o contrato com a empresa que ofereça mais vantagens”, reforça.
Sobre os 6% que a Acirc considera que serão repassados ao empresariado local, foi enfático: “essa é uma negociação entre a empresa e o comércio.
Não tem ligação com a prefeitura. E ninguém é obrigado a fazer algum convênio que prejudique seu negócio”.
O secretário garante que sua pasta e a atual gestão trabalham no sentido de melhorar os serviços prestados sem prejudicar o erário. “O interesse público vem em primeiro lugar”, esclarece.
INÍCIO
Scudeler informa ainda que a empresa inicia a operação em Rio Claro até o décimo dia útil de junho, quando os cartões já estarão em posse dos servidores.