Talvez você tenha passado por experiências muito difíceis na vida. Talvez tenha vivido por algumas mais fáceis de lidar. Talvez alguém tenha lembrado a você de algumas experiências que você nem recordava mais. E talvez possa observar todas elas como experiências de vida e que o fez crescer.
Se você, assim como eu, já mergulhou em uma piscina, ou simplesmente se deixou banhar-se em uma delas, já deve ter uma experiência, de certo modo, interessante que, dentro da piscina, quanto mais fundo você vai, maior é a sensação de que algo te puxa para cima. A essa força chamamos de empuxo.
Aproveitando essa analogia com relação a vida é muito provável tirar proveito desse fenômeno que sentimos na piscina. Todos nós passamos por situações difíceis na vida. Quanto mais fundo descemos no mar de caos, maior é a força que podemos utilizar a nosso favor.
Fiquei gago aos quatro anos de idade devido a um susto que levei e que apresentou um quadro febril. Quando acordei, não conseguia mais falar, depois de uma semana, voltei a falar, eu era uma criança agora gaga. O interessante dessa minha vivencia é que me colocava sempre desafiando aquela deficiência em me expressar.
Uma das experiências que mais me marcou foi quando me alistei no Tiro de Guerra 40. Tínhamos instruções logo de manhã e, depois, ia ainda para o Colégio Joaquim Ribeiro assistir as aulas do 2. Colegial. Certa manhã, o sargento disse que estava aberta inscrições para a formação de Cabo do pelotão. Eu perguntei ao amigo qual era a vantagem de ficar um pouco mais tempo em determinado dia mais que os outros e o que mais me chamou a atenção era que teríamos menos noites de guarda no alojamento.
O que eu não contava era que o cabo tinha também que aprender a comandar a tropa, dar o comando no pé certo enquanto a tropa marchava.
Contávamos o pé direito e esquerdo e o comando “aallllto” tinha que cair no pé direito. E então me vi numa situação muito estressante. Na hora do treinamento, eu sempre dizia o comando atrasado, ou seja, no pé errado, e eu não preciso lhe dizer por que, não é?
Para conseguir esse título, eu teria que fazer o “apresentar armas” e comandar a tropa na cerimônia de graduação dos soldados. E aí eu entrei num stress profundo. E alguns amigos achavam que eu não iria conseguir.
O comando do exército estava ali para avaliar quem conseguiria alcançar esse grau de cabo. Eu me senti puxado para baixo e eu não sei de onde veio uma força desconhecida em mim e consegui passar no teste sem gaguejar.
Superando essa experiência difícil em minha vida, pude testemunhar que a força que é capaz de neutralizar o empuxo (o que leva para cima) é a auto piedade, é a pessoa se colocar como vítima. E isso te arrasta para longe de ser protagonista, ou seja, de reagir frente às dificuldades e criar soluções e recursos internos, de encontrar caminhos para a mudança, mesmo que algumas pessoas ainda duvidem disso.
Pense nisso!