Nos dias de hoje, a maternidade aos 40 ou à iminência de já não causa estranheza alguma. Levando-se em consideração os últimos anos, houve um aumento com relação às mulheres que optaram por serem mães pela primeira vez ou que já possuíam a experiência e, perto das quatro décadas de vida, desejaram ampliar a família. O fato é que a gravidez aos 40 anos, ou até mais, tem se tornado cada vez mais comum.
Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o total de nascimentos cujas mães possuíam menos de 30 anos caiu de 74,3% para 64,9%, entre 2016 e 2017. Já no grupo de mulheres de 30 a 39 anos, houve crescimento. Antes, somavam-se 23,4% e, com os dados atuais, contabilizam-se 32,2%. Na faixa de mulheres com 40 anos ou mais, o percentual de nascimentos avançou de 2,2% para 2,9%. E este dado é uma crescente na sociedade brasileira.
O Diário do Rio Claro, nesta data em que as mães devem ser ainda mais reverenciadas, conversou com duas que haviam vivenciado a singular experiência da maternidade e que, perto ou quase aos 40, optaram por, novamente, voltar a viver este que é um dos momentos mais ímpares da existência de toda e qualquer mulher.
Aos 38 anos, Karen G. Simões Mayrink, hoje com 41, foi mãe pela primeira vez. Nascia, à época, Lorena. Mesmo perto dos 40, manteve o desejo permanente de dar à primogênita – então com dois anos e três meses – uma companhia. “Queria outro filho para fazer companhia à mais velha”, admite.
Dito e feito. Aos 40, Karen dava à luz a Lavínia. “Minhas duas filhas foram planejadas e apresentadas por Deus em sonhos. Estavam no colo da minha irmã. Impressionante, não é?”, relata.
Acerca de sua segunda gravidez, Karen relembra que seu marido desconfiou que estava grávida em virtude de um enjoo ocorrido em um dia em que encontravam-se em Araras. “Foi no dia de Nossa Senhora”, recorda-se.
Karen afirma que não houve de sua parte temor algum. “Nenhum temor, pois me programei, acreditei e segui orientações médicas, como tomar multiminerais”, conta.
Com relação à gestação e ao parto, garante que foram extremamente tranquilos.
Quanto a ser mãe aos 40, Karen diz que é um desafio, principalmente tendo dupla jornada. “Mas por elas passaria por tudo isso quantas vezes fosse preciso. Isso tem um nome: amor incondicional”, expõe.
Atualmente, Lavínia está prestes a completar 11 meses e, Lorena, fez três anos recentemente. Às mulheres que desejam ser mãe, independentemente da idade, Karen deixa um recado. “Mulheres do meu Brasil, ser mãe é maravilhoso. Se você tem vontade de ser mãe, primeiro converse com Deus falando da sua vontade. Busque orientação do seu médico de confiança e, aí, é só esperar. Feliz dia das mães!”, finaliza.
Vanessa de Oliveira, 46 anos, foi mãe pela primeira vez aos 29. Laura nasceu exatamente no dia em que completou seu vigésimo nono ano. “Eu já não era tão jovenzinha. Foi um momento bem legal quando eu engravidei da minha primeira filha”, conta.
Quando Laura tinha quase dez anos, Vanessa não sabia, mas João Artur estava a caminho. À época com 39 anos, relata que sua segunda gravidez não foi planejada. “Na verdade, inesperada, porque desde que eu tive a Laura, por dez anos seguidos tomei anticoncepcional a fim de evitar uma nova gravidez, porém, sempre tive o desejo de ter um menino. Sempre quis ter um casal.”
Vanessa afirma que, no começo, teve um pouco de receio. “Eu pensava: ‘meu Deus, eu já não sou tão mocinha, né?’. Mas meu médico me deixou muito segura. Fiz um pré-natal maravilhoso. Por conta da idade, tive um acompanhamento bem mais próximo”, conta.
Sobre sua gestação, afiança ter sido bem tranquila e que não teve nenhum tipo de receio. “É outra coisa, né? Eu acho que com a maturidade, tudo fica mais fácil.” Vanessa conta que trabalhou até o dia anterior ao seu parto.
“Tinha uma disposição incomum. Não tive nenhum tipo de problema. Sou muito grata por isso. Me alimentava bem, apesar de trabalhar demais na época”, rememora.
Vanessa relata que objetivou um parto natural, mas não foi possível, sendo necessário fazer uma cesariana, mas, mesmo assim, segundo ela, foi muito tranquilo. “Ele nasceu em 20 minutos.”
Todavia, admite que a recuperação foi muito complicada em relação à primeira gestação. Vanessa diz acreditar que em decorrência da idade.
“Acho que foi o fator, né? Essa foi a parte que não foi legal, porque a gestação foi maravilhosa, mas a recuperação para mim foi muito complicada”, confidencia.
Vanessa pondera que ser mãe, seja qual for a idade, é prazeroso, mas também muito desafiador. “Ser mãe não é nenhum sacrifício em idade alguma, porém, quando você está mais madura, acho que é mais tranquilo, dependendo também do momento da vida que você está, é mais gostoso, é mais prazeroso”, avalia.
Hoje, João Artur está com sete anos e, Laura, com 17. E, às mulheres que têm 40, ou quase, Vanessa afiança que ser mãe é válido em qualquer idade. “Se você tem o desejo, vá em frente. Ninguém te ensina a ser mãe. Você só vai saber quando tiver, seja na idade que for.
Mas óbvio que nem tudo são flores, né? O desafio é um pouco maior, sim, quando você já está mais madura fisicamente. Por outro lado, tenho bastante tranquilidade e paciência. É o seguinte: se existe o desejo, vá em frente!”, estimula.
