Com o propósito de ampliar os conhecimentos alusivos ao autismo, no ano de 2007 a campanha Abril Azul foi proposta com o desígnio de combater o preconceito e fazer aumentar o engajamento por parte de autoridades.
Compreendendo o autismo
O autismo pode ser compreendido como uma junção de condições, como atraso e anormalidades no desenvolvimento do comportamento social, além de dificuldades de comunicação e linguagem.
Os que têm autismo, muitas vezes, detêm espantosa capacidade de realizar tarefas que, para a maioria, seriam complexas.
Todavia, o oposto também se aplica, uma vez que questões que para a maioria podem parecer simples, às pessoas com autismo, por vezes, se tornam inexplicavelmente dificultosas, como se relacionar. Não há causas definidas com relação ao autismo, ou seja, os estudos referentes às suas origens ainda não esclareceram totalmente suas causas.
O autismo no âmbito educacional com ênfase na inclusão
A fim de aprofundar um pouco esta questão, o Diário do Rio Claro conversou com Geovana Soares Cintra, graduada em pedagogia e pós-graduada em psicopedagogia e gestão escolar e, atualmente, vice-diretora da E.M. Prof. Dennizard França Machado.
De acordo com ela, quando se pensa na criança com o espectro autista e a verdadeira inclusão, devemos avaliar o aspecto legal e humano envolvidos.
A profissional dá ênfase à Lei 13.146/15, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência que, conforme ela, “traz à luz da lei uma indicação de inclusão que, por si só, não atende a verdadeira necessidade e a real inclusão que todos esperamos ver em nossas escolas”.
Geovana pondera que para assegurar a oferta de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino, não se pode esquecer que a educação é uma prática social, uma construção histórica que vai modificando-se e efetiva-se nas relações sociais futuras de cada indivíduo.
“Lembrando que para além da matrícula em classe comum regular, é preciso que haja equiparação de oportunidades. Sendo assim, é de extrema importância o entendimento do perfil de cada criança, análise profunda e pautada em estudo anterior ao início da inclusão do aluno com autismo em sala”, ressalta.
A educadora expõe que, a partir daí, deve-se adotar estratégias adequadas para o seu desenvolvimento com a elaboração de um currículo que contemple suas especificidades. “Não só o entendimento prévio e individualizado garante a real inclusão e o aproveitamento máximo de cada aluno.
Sem a figura do professor com a preparação e conhecimentos adequados, o melhor desempenho no desenvolvimento educacional e inclusão social do aluno com autismo não serão atingidos”, elucida Geovana, que acrescenta que, deste modo, deve-se buscar políticas públicas que assegurem cada vez mais a melhor formação de cada profissional na educação, todos os recursos necessários para a execução do trabalho diário com os alunos e parceria com os pais criando o senso de comunidade e a real inclusão.
Por fim, Geovana enfatiza que haverá ciência que se está realizando o melhor trabalho quando, em sala de aula e na rotina escolar, não for mais possível enxergar as diferenças.