Muitos questionam o que é o Mercado.
“Quem é o Mercado?
Alguém pode me apresentar?” De forma simples, temos que é o conjunto de interesses e necessidades de governo, empresas e famílias. Quando aparece na manchete que “O Mercado não gostou das medidas do governo”, destaca-se o Mercado Financeiro.
Podemos dizer que fazem parte deste os analistas de mercado, os gestores de fundos e os investidores. “São os especuladores, rentistas. Não são parte da Economia Real”, dizem por aí. Mero equívoco.
O Mercado Financeiro é movimentado por empresas que querem se financiar via emissão de ações em Bolsa, exportadores e importadores que precisam se proteger de flutuações do dólar, empresas que colocam sua sobra de caixa para render e claro, você. Sim, você que pega empréstimo bancário, que compra seu carro financiado, que usa seu cheque especial ou que consegue (cada vez mais difícil) ter uma sobra no fim do mês e investe em poupança, Renda Fixa ou Renda Variável.
Sua decisão de adiar a troca do carro e ficar com o dinheiro aplicado, faz menos efeito do que o gestor de um Fundo que vende suas ações da Petrobras e comprar da ITAÚ S.A. ou dólares. A diferença está na velocidade e volume. Um pode movimentar centenas de milhões de reais num dia, influenciando outros gestores nas horas e dias seguintes.
Quando as manchetes afirmam que o Mercado está “nervoso” ou “preocupado”, você pode adiar uma aquisição, uma viagem, um jantar em família ou mudar seu investimento. Mas não se esqueça que há milhões de “vocês” tomando decisões parecidas ao longo das semanas e meses seguintes.
Nessa equação, Brasília tem o poder de mudar o humor do mercado como ninguém. Ainda somos reféns da aridez de boas ideias.
Nas eleições de 2018, já discutíamos “o preço dos combustíveis”. Houve a “greve” dos caminhoneiros, apoiada pelo então candidato Bolsonaro. Algum tempo se passou e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), alertou para a possibilidade de uma nova “greve”. Os aumentos já haviam sido espaçados para cada 15 dias. A Petrobras já havia divulgado o aumento em seu site oficial.
Um plano já deveria ter sido divulgado nas primeiras semanas de governo. Decidiu-se pelo pior, a intervenção pura e simples, com a desculpa de “querer entender o aumento”. O Mercado entendeu o recado. O passado estatista não teria saído do presidente. E nessa confusão, mais parecia um mercado de peixes, onde no jargão comum, ganham os tubarões que se alimentam das sardinhas.
Após o maior assalto ao dinheiro público já visto na face da terra, tendo sido a Petrobras um dos alvos, o PT nos legou um grande empobrecimento, milhões de desempregados e mais uma década perdida.
Em comunicado, a ex-presidente Dilma “Livre, Leve e Solta” Rousseff escreveu: “A questão não é recuar do aumento de 5,7%. É impedir que a lógica da gestão da Petrobras seja submetida à lógica de curto prazo da especulação financeira.” Se você quiser entender como nota de apoio à medida adotada, não vai errar.
Talvez tenha quem perdoe o que foi feito, mas este já é outro assunto. Que Deus os perdoe. Nós não podemos nem esquecer.