O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa neste domingo (7) um ano na prisão da Lava Jato. Desde o dia 7 de abril de 2018, o petista ocupa uma sala especial na sede da Polícia Federal, em Curitiba, base e origem da operação que foi capitaneada pelo juiz Sérgio Moro.
O Centenário conversou com algumas lideranças em Rio Claro, que comentaram sobre a representatividade da prisão do ex-presidente para a sociedade brasileira.
Para o presidente da Associação Comercial e Indústrial de Rio Claro (Acirc), Antônio Carlos Beltrame, o Secreta, nunca na história do país a sociedade presenciou tantas prisões de políticos. “Essas pessoas foram presas por terem cometido crimes que às vezes duvidamos. Às vezes chegamos a duvidar que uma pessoa eleita ou contratada para fazer a gestão de recursos públicos direcionados para o bem-estar da população mais carente possa subtrair ou desviar tais recursos em benefício próprio”, esclarece.
Para ele, o Brasil está passando por um momento histórico, principalmente pela prisão de ex-presidentes, governadores e deputados. “Logo, podemos afirmar que ninguém está acima da lei”, afirma ao ressaltar que apoia a lei anticorrupção que o governo apresentou ao Congresso.
NOVO MOMENTO
O presidente do diretório municipal do PSDB, Murylo Müller Cesar, diz que este um ano da prisão de Lula representa um novo momento na política nacional. “Onde a lei ganha uma nova importância, acredito que prisões emblemáticas como a do ex-presidente Lula e Marcelo Odebrecht fazem com que a população tenha esperança e volte a acreditar que a lei é para todos”, enfatiza.
RANKING
O presidente do diretório local do PSL, Fred Martins, destacou que o Brasil está na 105º posição do ranking de corrupção em uma avaliação de 180 países feita pela Transparência Internacional em 2018. “Com toda a certeza, o Brasil está vivendo uma nova fase política e principalmente no combate à corrupção. O crime de corrupção precisa ser combatido com a maior repressão possível e seus agentes devem pagar caro por isso”, opina.
INFELICIDADE
Para o presidente do MDB, João Vieira, a prisão de Lula é uma infelicidade, já que é negativo para o país ter um ex-presidente preso. “Acho também que demonstra uma mudança na política, onde as pessoas que ocupam cargos públicos terão que ter mais responsabilidade separando o público do privado”, argumenta.
PRISÃO POLÍTICA
Para a presidente do PT, Olga Salomão, a prisão de Lula representa uma “afronta ao estado democrático de direito. “Lula é um preso político. Foi preso para não concorrer às eleições, pois ganharia no primeiro turno. Mostra a subserviência do estado brasileiro ao governo americano. Pergunto: por que a lei vale para o Temer, que rouba há 40 anos, e não vale para o Lula, que foi condenado sem provas?”, questiona.
PUNIÇÃO
Questionada sobre a tendência em punir da sociedade, a OAB Rio Claro se manifestou em nota dizendo ser nescessário ocorrer com a proteção do processo legal. “O Estado tem que punir os corruptos e bandidos, mas sem deixar de lado o processo estabelecido pela Constituição Federal e as leis pertinentes para, assim, evitar que se caminhe para um movimento de inquisição.
A população pode confiar nas instituições, que são capacitadas para sustentar a democracia e estão preparadas para que o processo legal seja atendido e respeitado.
O nosso alerta é de que essa onda punitiva pode atingir pessoas de bem, que venham a ser acusadas ou até cometam delitos de forma involuntária. A Ordem dos Advogados está atenta a essa tendência e, mais do que nunca, se coloca à disposição da Justiça e das instituições fortes para que a democracia seja mantida”, diz a nota.